Sobre fidelidade, verdade e hábito.



Acho que André Compte-Sponville foi extremamente sábio ao digerir:

"A fidelidade é a virtude do mesmo, pela qual o mesmo existe ou resiste."

Na verdade, resumiu com maestria o que está em Montaigne et la philosophie:

"O fundamento de meu ser e de minha identidade é puramente moral: ele está na fidelidade à fé que jurei a mim mesmo. Não sou realmente o mesmo de ontem; sou o mesmo unicamente porque eu me confesso o mesmo, porque assumo um certo passado como sendo meu, e porque pretendo, no futuro, reconhecer meu compromisso presente como sempre meu."

Fato é, que fiel é uma palavra muito próxima de fel. A letra i, de indivíduo, é o que faz toda a diferença. Assim, o conceito genérico depende do indivíduo para se fazer tangenciável, possível, real. É como o conceito de verdade. Por mais lindo que seja, independente das inúmeras tentativas de se chegar a um enunciado que abarque mais completamente eou sucintamente esta magistral abstração, verdade, como a palavra mesmo diz, depende do olhar. Não é à toa que começa com "ver"...

Você sabe a importância do indivíduo na fidelidade? Você me ditou sobre a importância do olhar em verdade?

Eis um Caminho de busca. E, em todo Caminho, a importância definitiva do hábito.

Triste de quem se acostuma com o outro lado...




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