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Mostrando postagens de agosto, 2013

Sobre fidelidade, verdade e hábito.

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Acho que André Compte-Sponville foi extremamente sábio ao digerir: " A fidelidade é a virtude do mesmo, pela qual o mesmo existe ou resiste. " Na verdade, resumiu com maestria o que está em Montaigne et la philosophie: " O fundamento de meu ser e de minha identidade é puramente moral: ele está na fidelidade à fé que jurei a mim mesmo. Não sou realmente o mesmo de ontem; sou o mesmo unicamente porque eu me confesso o mesmo, porque assumo um certo passado como sendo meu, e porque pretendo, no futuro, reconhecer meu compromisso presente como sempre meu ." Fato é, que fiel é uma palavra muito próxima de fel. A letra i, de indivíduo, é o que faz toda a diferença. Assim, o conceito genérico depende do indivíduo para se fazer tangenciável, possível, real. É como o conceito de verdade. Por mais lindo que seja, independente das inúmeras tentativas de se chegar a um enunciado que abarque mais completamente eou sucintamente esta magistral abstração, verdade, como a

É logo ali.

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*imagem search google "olinda" – É logo ali, tem paciência que já tá chegando. disse o namorado resiliente... Pudera, ela arma um bico toda vez que não tem controle da situação. Se não fosse resiliente, já tinha chutado o balde. Saíram cedo. Foram almoçar em Ouro Preto. Ela emburrada e ele tentando colocar uma cereja em cima da torta-do-cotidiano. É assim. Às vezes, a gente tem que fazer do limão uma limonada. Nem sempre conseguimos agradar. Mas o jeito de olhar faz o dia-a-dia mudar sua cara. E existem alguns artifícios simples que podem fazer da tentativa de respiro, verdadeira inspiração, em seu sentido mais poético. Por que almoçar todo sábado no self-service-pra-não-dar-trabalho, se é possível inovar um tiquinho? Ouro Preto tá ali, pra quem mora em BH. Petrópolis tá ali, pra quem mora no Rio. Olinda tá ali, pra quem mora em Recife, e por aí vai. Ou por aí podemos ir. Uma olhadinha no amigo google ou uma dica do colega de trabalho pode fazer a diferença quando s

Uma pincelada sobre mitos e verdades no Caminho.

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Mito ou Verdade? Existem muitos mitos e verdades acerca do Caminho de Santiago. E isso certamente daria pano não para um post, mas para um livro. É, sem dúvida, uma curiosidade recorrente. Principalmente para quem quer fazer o Caminho ou se sente de algum modo atraído por ele. Elenco aqui, alguns pontos que considero importantes, cinco somente, a pedido da minha amiga Ana Crepaldi – para um grupo que tem muita gente disposta a fazer do seu caminho, Um Caminho. O Caminho de Santiago é um caminho místico religioso. – Verdade. Mas para isso, é importante estar aberto. Vale conhecer a música “Lente do Amor”, de Gilberto Gil, que é uma boa pista para sintonizar essa experiência. Muita gente faz o Caminho sem ter uma única experiência mística / religiosa. Por quê? Porque não está aberto. Existe uma lei do universo conhecida que diz: “Aquilo que você procura também o está procurando.” Para isso, existe um modo mais fácil. Caminhar em silêncio, ouvir a natureza, meditar ou r

Dia dos pais, por Bê Sant'Anna

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Veja só: dia dos Pais, pra nós, agora tem outro nome: Dia dos Paz. É o rumo que tomamos, no Caminho escolhido por nós. Veja só. Eu, filho, estou em paz com meu pai. Meu pai, pai, está em paz com s-eu filho. Eu, pai, tenho SALdades da minha filha. Meu pai, avô, sente saudades da neta que não vê há quase um ano. Veja só: quando viu, não pode pegá-la, não pode levar na pracinha, não pode levar no quartinho preparado pra ela em sua casa. Ele "aceitou" as restrições impostas (só no hall do prédio que há guarita) para que pudesse vê-la, pra matar um pouco da vontade de tê-la em seus braços, avô carinhoso que tocava piano pra ela, ela em seu colo, quando ia pro sítio.  -Saudade, minha filha. A vida me dá, eu dôo. Re-parto. E ponto. E passo. Só tenho SALdades de ti. Saudades não. Saudade é pra quem não foi forjado escamas na pele do sol, frio, Vento, neve, asfalto, tempo. Tem gente que não entende. Ou faz que não entende. Ou prefere fingir que não entende porque fica

Dia dos pais, por Beatriz.

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Dia dos pais. Pai, que saudade. Há praticamente 10 meses não nos encontramos. Precisamos nos ver. É uma pena que tenho só dois anos e meio e ainda não tenho como expressar essa vontade. Nem pra minha mãe, que me guarda em Al-Raçif. Eu ainda nem sei escrever... fico pensando se os pais que estão do lado dos seus filhos têm esse seu jeito carinhoso e a vontade que você tem de me pegar no colo. Sabe, pai, o colo é o ninho da gente. Lembro quando me sentei em seu colo e tomei pela primeira vez na vida Açaí. Você não viu a primeira vez que falei. Não viu a primeira vez que fiquei sozinha em pé, não viu a primeira vez que dei o meu primeiro passo. Não viu tanta coisa... Mas a gente tem essa história pra contar. Açaí é uma das pontes que a gente tem. Agora, toda vez que você toma açaí, tenho certeza, você me encontra sabor no fundo do pote do desejo de estar juntinho. Quantos pais estão pertinho e se esquecem de estabelecer suas pontes? A vida é ponte, pai. Cabe a nós desatar nós e es

E o canal se chama bis.

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Eu vivo no mundo do Naldo. Não, eu não sei quem é o Naldo. Eu sei que ele apareceu na frente de uma dezena de mulheres de biquini suadas, felizes, contentes, pulantes na minha tv por assinatura e eu parei pra ver do que se tratava. E descobri que vivo no mundo dele. Parabéns, Naldo, o mundo é seu. Deve ter muita gente dançando essa sua música depois da meia noite nos casamentos nos dias de hoje, quando o whisky já fez efeito, e não importa mais quem está de terno, de vestido de mais de 2 mil reais, quem pagou 500 reais em uma maquiagem ou esperou 3 horas em um salão de beleza. Toda essa muita gente "quer é mais". Interessante: vodka ou água de côco pra você tanto faz. Pra mim, não. Mas não vivemos no meu mundo. Vivemos no seu. No seu mundo, foda-se a letra. No seu mundo, foda-se a música. No seu mundo, foda-se a compostura. E não estou falando da sua letra ou da sua música. Estou falando da letra e da música do seu mundo, do mundo em que vivemos. Com postura? Sim,

p ai

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Indaga a minha amiga, um pai, por definição: – O que é ser pai? Me diga. Eis o Caminho em questão. "Pai"   Sou um parquinho vazio. Balanço parado. Escorregador solitário. Carrossel silencioso. Gangorra estática. Brinquedo imóvel espera, silencia a alegria. As cores vivas desbotam com o tempo, o palhaço faz graça e não ouve aplauso, cadê riso, cadê sorriso, cadê olhinhos brilhando de excitação? No picadeiro do tempo, o vazio da plateia incomoda os dias quentes embaixo da lona. Quero uma bundinha assada, escorregando calcinha pintada de bichinhos e gritinhos esganiçados. Quero o abraço de bracinhos miúdos, mais forte que de um urso, donde nunca mais desprendo. Pai? Só sendo. Mistura de amor, afago de Eros, ser pai é tomar consciência do seu tamanico no mundo. O universo todo cabem em um filho. Há mar. E as ondas morrem na praia do peito, na areia quente onde meu bebê deitou aconchego. Minha filha de 2 anos mora a 2.222km de distância da minha morada. Por

receita infalível

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Tem hora que decide desistir, que essa coisa do amor é assim mesmo um pouco burra, um pouco egoísta, um pouco tensa, um pouco chata, que na verdade esse assuntado dar e receber termina sempre em balança, e quando a gente dá e acha que o outro acha que o que a gente acha tá bom e o outro acha que a gente acha que o que o outro acha dá pro gasto, aí vira uma achação chata, cheia de achismo, saudade, desencontro, desmedido sentimento, e aí, cê já viu, né: o outro encosta, ou acha que nem tem que fazer força que já ta bom, ou espera que você entenda que do jeito do outro é que tá bom e você pensa que se o outro não consegue entender que você morreu num abraço, viveu num laço, acordou num destino, remoçou num olhar, explodiu num carinho, se encontrou numa mordida, num aperto suado, numa nuca molhada, numa cobrança besta, numa noite só quando era pra estar junto, encaixado, com beijo roubado, já que tapinha não dói, e a marca das unhas que acabam ficando nas costas acabam saindo, a mordida n