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Mostrando postagens de 2013

2013

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2013 foi bom? O café queima minha boca, fst!. Deito a xícara no pratinho. Olho o vazio e vejo Tempo. Esse ano foi bom? Puxa. Foi um ano como nenhum outro, como tinha que ser. Ano de fé, de superação, de prova, de dor e de amor profundos. Em 2013, voei de balão com São Jorge e o Arcanjo Serafim na Capadócia. Encontrei o Papa Francisco no Vaticano. De lá, andei o mundo. Refiz o Caminho de São Bernardo e São Francisco peregrino até Assis, encontrei-me com Santa Clara e São Francisco na Porziuncola e me ditei Caminhos. Pedi perdão. Andei até Chiusi Della Verna, onde as chagas de Francisco brotaram dor do mundo, compaixão pelo semelhante. Aceitei os desígnios do Mistério da Fé. Ouvi. Pus-me a andar. Atravessei a Itália. Atravessei a França. Atravessei a Espanha. Atravessei a minha própria expectativa e cheguei a Santiago de Compostela. Recebi tantas cruzes e preces, que não era mais eu quem caminhava. Era uma legião de amor, de prece. Cruzada de compaixão pela dor origi

EU Acredito em Papai-Noel

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Estou com saudades de um adesivo dos anos 80 que víamos nos carros dos saudosos do Musical Hair: “ Eu acredito em duende! ” – E uma ilustração muito feia de um duende modelo europeu, roupinha de Oktoberfest, suspensório, gorro verde. Só faltava o caneco de cerveja. E você, acredita em quê?, ou, em quem? Nos seus pais? Na fidelidade da sua esposa? Nos pensamentos puros do seu marido? Nas bruxas? Em dias melhores? Na paz mundial? Em Deus? Em você? E no Papai-Noel? Meu professor de física, em 1992, citou um pensador – não me lembro o nome – que disse, ao ser perguntado se ele acreditava em Deus: –“Se eu ‘acredito’ em Deus? Eu ‘sei’ Deus.” Hoje, depois de caminhar 2.500km a pé, acredito, ou melhor, “sei” da dimensão do que ele me disse. Quando a fé vira certeza, é o grão de mostarda na palma da sua mão. Ele remove montanhas. O “ Eis o mistério da fé” – o questionamento zen budista corriqueiro da igreja católica – indica o caminho para que possamos atravessar vendados o vale de dúvidas

Olhos puxados

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Do lado do meu computador, uma girafa de pelúcia me olha atenta. Não sei por quais mãos passou. Não sei se quem fez foi um chinês, vítima de abusos trabalhistas. Não sei se esse chinês tem uma filha que mora há 2.222km de distância de sua casa. Não sei se ainda há em seu pêlo céluas mortas da mão desse mesmo chinês saudoso. Não sei se esse chinês por um instante parou para olhar os olhos atentos da girafa que ajudou a fazer. Não sei se esse chinês sabe que do outro lado do mundo tem um pai brincando com a girafa e com uma filha pelo Face Time. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar da girafa. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar de uma filha. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar de um pai. Não sei se olhares são dimensionados, como são dimensionadas as distâncias entre o chinês, o pai, a filha, a girafa. Talvez, o olhar do chinês seja o mesmo olhar da girafa. Talvez, o olhar da filha seja o mesmo olhar do chinês. Gira, faz de conta, girafa, pescoço q

Bushido

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Aos nove anos de idade, pedi pra minha mãe: – Mãe, me coloca no Karatê?   Eis o inusitado. E o Dojo kun passou a fazer parte da minha vida. Na “traduzadaptação”, termo cunhado pelo Musashi dos Sertões, Guimarães Rosa, o Dojo Kun seria: 1. Esforçar-se na formação da personalidade; 2. Seguir o caminho da sinceridade; 3. Cultivar o espírito de empenho; 4. Dar importância à cortesia; 5. Reprimir atos brutais; Assim, fui ensinado, ou melhor, comecei meu ensinamento... Nesta crônica curta ou curtida, quero me ater ao quarto “mandamento”. Talvez a tradução não seja exatamente essa. Me ditei que talvez a tradução mais correta fosse “dar importância ao Rito”. Qual? Não interessa, ao Rito. Qualquer um. Da cerimônia do chá, dos japas, ao chá das 5 dos ingleses. Da cerveja de terça com os amigos ao almoço de domingo com a vovó. Da missa das 7 ao café na cama, pra acordar o amor com beijinhos nos olhos, depois de abrir a cortina no sábado de manhã. Do jeito de colocar o chinelo paral

O verbo é cevar

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O Amor Alimenta a Alma? “ Amo-te muito, como as flores amam o frio orvalho que o infinito chora ”, diz o sertanejo. E o amor derrama mel na expectativa do apaixonado. Sabe, o amor é um bocado de coisa... Daí me perguntam: o amor alimenta a alma? Hum... Alma. Vem de ânimus, aquilo que move. Camões estaria um pouco enganado? É ferida que dói e se sente, sim, obrigado. Ou seja, é obrigatório sentir. Sente-se muito, aliás. E dói. E é difícil. E passa. Quantos tem com quem nos mata lealdade ? Eis uma pegadinha filosófica de primeira grandeza, seu Luís. Talvez possamos escutar Rubem Alves. Diz ele mais ou menos assim: que árvore é igual poema . A gente não explica uma árvore. A gente deita à sua sombra. Acho que amor tá no mesmo cesto da árvore e do poema. A gente tenta e mais tenta definir, e quanto mais aproxima, mais ele escapole. O amor é passarinho. A gente é só poleiro. Será que é o amor que alimenta a alma? Eu penso que é o contrário. Que é a alma que alimenta o amor. Só caminh

Tocando em Frente

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qu ando   and amo s o pre sente  de ama r ca minha mos en trela ça do s a pai xonados sou be  Odis seu volta r

#moda

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De vez em quando me desafiam. E, de vez em quando, aceito. É pra eu falar de Moda? De viola? Me sinto muito mais confortável pra falar de moda de viola do que de moda, pura e simples... Como se a moda fosse algo simples. Acho que a vez que mais me aproximei da moda foi num lindo desfile do Ronaldo Fraga, amigo querido que, este sim, faz Moda. Eu não. A moda que faço está muito mais ligada à intenção do que algo ligado ao vestir. Essa forma de expressão me tange com certa restrição. Sou da calça jeans e da blusa Hering branca, sou da calça modelo bata africana e sandália franciscana, sou do menos é mais, ou do confortável a serviço da vida. Aliás, imagino que se moda fosse uma coisa puramente lógica, seria melhor que os homens usassem saia, fisiologicamente falando. Afinal, ... bom, não preciso explicar. Sobre moda, moda mesmo, posso render no máximo um ou três comentários. Evidentemente, ligados à presidência que ocupo, da OMBS – Organização Mundial do Bom Senso. No ent

O Caminho in verso

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À noite vem, coaxar de sapos. Um curiango pia no mato, na grota que é só breu e perguntas. O vento venta bailar das folhas das pontas, as estrelas estrelam o estrear dos pontos de luzes, ouço a corrente que arrasta impaciência no cimento do canil. A lenha já é espera, paus secos, folhas mortas, pau ferro, candeia que arderá. Ascendo aos céus, acendo na terra a fogueira que começa, divagar, devagar a vontade de crepitar. Fogueio. Meu pai é vem. Ele já vovô: – Filho, pega o acordeón pra mim. Pego, pai. – Pai, faz a volta ao mundo? Peço. E me sento do outro lado do fogo, na linha de vê-lo à luz laranja e negra do existir poético noturno. Ele tec o couro que prende o fole. Fuuuu. E arrasta a palma da mão no teclado, cabeça baixa, como se carinhasse o instrumento olhando de por sobre. Aos 11 anos, meu pai dava aulas de acordeón. Antes, tocava no piano de mentira, teclas desenhadas sobre a mesa, de quem não tinha dinheiro pra comprar um instrumento. Foi imaginando os sons das no

Time is Money?

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O maior luxo do mundo: Time is money. Paro. Penso. Afinal, tenho tempo de sobra pra isso. Ócio criativo? Tal qual filósofo? Yes, bebê. Mas será que a máxima procede? Time is money? O que é tempo pra você? E luxo? E qual é afinal o seu conceito de valor? Você já parou pra pensar nisso? O meu parece divergir em algum ponto do prisma social. Tenho que responder de bate-pronto. Afinal, o meu espaço aqui é limitado pela falta de tempo de quem só corre o olho, não lê, vamos falar a verdade. Então vamos lá: Vendi minha TR4 pra ficar 3 meses caminhando, dormindo boa parte de favor e comendo basicamente uma refeição completa por dia. O que é luxo? A Pajero ou 3 meses de tempo? Eu faria os 2.500km que fiz a pé, em 88 dias, em 2 dias, se fosse de Pajero. Curiosamente, Pajero, pela origem da palavra, é ou “o mentiroso” ou “o punheteiro” – hispanicamente falando. Pras duas coisas, precisa-se de tempo. Tempo, para mim, não está ligado ao Estar. Mas sim, ao Ser. Esse é o verdadeiro fenômeno. Não o

Antídoto

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Zapeando a mente, dá de cara com um filme antigo. Um filme assim requentado, sessão da tarde, daqueles que tem cachorro e que faz a gente chorar. O nome do cachorro já dizia tudo. Tinha o herói, afeito a provações, tinha a mocinha princesa, dona do cachorro, digo, do dragão alado, tinha a mãe da mocinha, a dona Rainha, tinha o Rei, tinha tudo. Tinha um palácio ecologicamente correto, com um jardim de tirar o fôlego, com chifre de veado, orquídeas raras, gazebo, piscina, digo, lago, tinha tudo. Tinha uma história bonita a ser contada. Tinha uma história bonita a ser cantada. Daí, música se fez, veio a bruxa, veio o tempo e o mato cresceu ao redor. O príncipe, mais parecido com sapo, não se fez de rogado. Voltou ao palácio e tentou de um tudo, menos o beijo. E a bela adormecida não arredou o pé. Mesmo linda, mesmo pintura, mesmo musa, mesmo sonho, não se fez real. Preferiu ficar dormindo a descer da torre. Nem quando a lágrima palavra tocou seu rosto, escorreu em seu peit

Outubro Rosa

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Salve gente. O Outubro rosa tá com tudo. Todo mundo rosáceo pra justificar o tema. As mulheres precisam se conscientizar. E cá pra nós, não só sobre a importância do exame do câncer de mama. Tem muita coisa importante pra ser lembrada. O Papa Nicolau, por exemplo. Importantíssimo. O Papa Francisco, idem. Aquela coisa dos soutiens, the same. Não, eu não falo da importância de queimar, eu falo da importância de se usar. O chão tá frio, minha gente. E não adianta nada não morrer de câncer e morrer gripado. Afinal, a gripe também tá matando. Vocês sabem, nem só de conscientização feminina vive o mundo. Os homens também tem que fazer a sua parte e se conscientizar. Ir lá fazer o exame do toque depois dos quarenta. Importante. PSA, só, parece que não resolve. E tá todo mundo numa conscientização danada. O time do Toque da Raposa também resolveu se conscientizar: e o Outubro rosa começou com tudo, meninas! Mas, chegando o dia 13, você sabe, 13 é galo. Mas nem por isso vamo

A força do bem

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Neste sábado, a força do bem se multiplica. Você vai, come uma feijoada deliciosa do Nutreal, toma cerva gelada à vontade, caipis sensacionais, vê gente bacana - eu ia dizer bonita, mas só posso garantir 5 que conheço - , encontra gente do bem, curte uns shows na medida do sabadão e ainda sai com a certeza que ajudou uma criançada que precisa. Bom, né? Se todo sábado, tudo que a gente gastasse ainda se revertesse em boa ação a vida seria ainda melhor. Vale conhecer o trabalho gentil, cuidadoso e amoroso da turma da Força do Bem. O nome já diz tudo. Procura lá no Facebook e vamos encontrar a galera lá na Feijuca. Faz bem pro coração. Pro seu e pro de muitas crianças. ;)

Dedentropradentro

Na tela, o cursor pisca esperando a escolha da primeira letra, da primeira palavra, da primeira frase. Do tema, do assunto, do tom. Da construção semântica que dê sentido à próxima meia hora da vida. Nada que será lido por muitos, nada que fará sentido à existência outra que não minha, um lamento, um coro, um grito, um chute no balde, uma pista. As palavras silenciam a beleza do nada. Escrevo o que acredito, dou nó na minha expectativa, repenso um, outro, relembro delas. As faço renascer e mato-as em sequência. Lembranças. Guardadas em caixas no sótão da mente, onde tábuas rangem a cada passo. Meu medo é que não aguentem o peso. E que o estalar da madeira termine nas tábuas partidas, e eu venha a cair na luz do vazio que lambe as gretas da passarela onde ando. Onde ando. Nhec. Onde ando. Nhec. ... Odiando, nheeeeeeeec. Crack. O-ou! AH AH AH AH AH ah ah ah ah

O Faustão é o Antonio Tabet de amanhã?

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– O Porta dos Fundos é o Casseta e Planeta antes de virar Zorra Total . - Profetizei feicibuquiando. Daí me perguntaram: – E o TV Pirata? – Era ducaralho , respondi de bate-pronto. Antonio Tabet tem razão numa coisa: hoje a TV não tem liberdade para um TV Pirata. E justificou comentando sobre um quadro em que a Regina Casé ateava fogo em um bebê.  Pausa: Na Época do TV Pirata, ela era A Regina Casé, feia e engraçada, não a Regina Casé feiajeitada do "Esquenta"(Observe a apresentação dela no hotlink do programa que postei ao lado: "a identificação com a periferia (!!!) é a sua marca registrada" - vê-se pelo visual...)  Continuo: Talvez porque à época do TV Pirata atear fogo em índio não parecia ser nem politicamente correto, muito menos possível... Em entrevista ao Roda Viva, dois dos criadores do Porta dos Fundos, Tabet e Ian comentam do sucesso do Porta, dizem que estão bem, obrigado, e que ainda assim não dispensam de sentar e conv

Tempero pro fim de ano

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As festas de fim de ano estão na área. Se derrubar é penalty. Já está tudo o olho da cara. Das viagens, das passagens aéreas às estadias, tudo um horror. Os brasileiros descobriram o valor que damos às festas de fim de ano e o turismo abusa. Abusa muito. O valor triplica no final de ano e há jacu que pague. O Brasil vai mal, obrigado. Aliás, não é obrigado, é só se a gente deixar. Mas a gente deixa. É mais caro ir visitar minha filha em Recife do que ir pra Miami. É mais caro ir pra Manaus do que pra Lisboa. Mais caro ir pro nordeste do que pro Caribe. E assim o Brasil quer que o Turismo gere riqueza. Fui 7 vezes a Europa e não conheço Pipa. Fato é que damos muito valor para o reveillon, por exemplo, e não há essa comoção toda mundial pela passagem do ano. Já passei reveillon em Paris, na Torre Eiffel. Nem de longe emociona como Copacabana. Pra mim, uma verdade inquestionável: as companhias fazem a alegria (não as aéreas). Independentemente de estar em Mateus Leme, Goiânia, Barcelon

As ondas fazem carinho na areia do tempo

Há quem espere sentado, há quem espere em pé. Há quem desista de esperar. Há quem medite a espera e quem espere meditando. – És père. Enunciado de há mar.

Storm

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Resolvi tomar banho. Mas não foi um banho assim compromisso, um banho assim o que eu vou fazer depois, um banho assim que roupa que eu vou usar quando eu sair daqui, um banho assim o que é que eu faço com relação a x, y ou z. Foi um banho banho. Daí, peguei a vela, coloquei na lanterna marroquina, acendi, ascendi, desliguei a luz, desliguei o ego, liguei o ipod no mantra de renascimento que ganhei de um amigo mestre e fui ter com a água a certeza do encontro. Lá, no breu clarividente da mente silenciosa, que escorria perdão e pequeninas sujeirinhas do dia-a-dia, limpei-me. De olhos fechados, pude ver o cheiro do sabonete, o molhado da água, o quente que me envolvia acalanto, embalando meu desejo de renovação. Tudo foi embora. Nada ficou. Nada ficou limpo, límpido, nítido, brilhante. Alegria efusiva. Estava acompanhado do bem que me quer bem. Decidi lavar seus cabelos. Seu corpo, seu jeito, seu sem jeito. Nos lavamos, lafomos e, ao final, chegamos-nus

O dia em que morri

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Morri hoje, pela manhã. Sem que esperasse, sem que soubesse,  sem dar notícia,  sem palco, sem terno, sem lastro,  sem medo, sem tudo,  morri. Fui hoje noite, de dia. Amanheci, tomei café e fui morrer logo cedo. Morri feliz. Não tinha flor, não tinha odor e nem platéia. Não tinha médico, não tinha cético, não havia crente. Me fiz semente, morri somente. Morri. Me fiz maior, mor,  ri de mim mesmo. Foi num átimo, préstimo, servi pra algo: morri. Morri eu, comigo, mesmamente, morto completamente em vida. Morte. Quando vi VIDA e MORTE juntas pela primeira vez eu li: vidAMORte. Ciclo tímico, tácito,  me vi pétala em sua mão. Minha filha flor e eu arrancada vida em sua palma com um simples gesto de amor: – Te amo, papai! E eu, nada, escorri.  Esvaí-me sentidos todos, múltiplos, numa morte linda e pura e louca e intensa e imensa. Nudação. E renasci pelado pai, sorriso só, 

Gente em volta

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   foto: abril de 2010 O momento da solidão. Quem disse que é preciso de gente à sua volta o tempo todo? – instiga em tom de desafio. Em mundo pautado por Facebook, solidão tem outra dimensão, cara amiga. Eis o que penso. Cabe um exercício... Me faz lembrar que há tempos, uma outra amiga, à época com seus 45 anos, filhos de 23 e 21 anos, teve o susto de ser surpreendida com um “pedido” de separação. O ano havia sido difícil e resultou num natal e reveillon inesperado: uma viagem sozinha para Londres. – Vai ser bom pra eu colocar os pensamentos no lugar, colocar meus valores na balança, repensar minha vida, sabe? Foi ótimo eu ter decidido viajar. Dizia ela. Claro, a conhecendo bem como eu conhecia, estava esperando que completasse o que ainda faltava dizer, mesmo que o discurso estivesse coerente... Na verdade, estava em pânico. Se esta era a fala que tinha treinado pra tranquilizar os amigos próximos, os muito próximos sabiam que ela estava aterrorizada com a ideia de fi

Lis tras

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Faz tempo. Faz semente. Faz vento. Faço. Entrelaço aço no meu jeito, pai, topai, que sei o que faço. Venha. Traga-me a senha. Busque-me sentido. Sinta-me zunido estranho em seu ouvido. Ente. Sou este. Incomoda o fato. Ato. Relato. To, e movo. Para sempre novo, novo de sentidos seus. Renda-se. Rende-se conforme a trama do que alinhavamos, vamos, amo, somos mais que a linha, nunca és só minha, sominha de uma matemáticazinha sem sentido prático. Loga ritmo. E dança. Eu, que sou cheio de nós, serpentome minhas escamas, noite, dia, antes asfalto duro, manta de minha neoexistência. Lembre-se, filha, do Amor e do em lá se. E que eu sou, indubitavelmente, recheio na palavra seus.

O Durex de Deus

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Não foi à toa que Lulu das Ilhas me deu um cata-vento de presente. No dia do lançamento do livro V ENTE , meu segundo livro publicado, ela trouxe esse cata-vento da Ilha de Florianópolis pra mim, regalo simbólico, mágico, místico, lindo. Pois bem: no dia mesmo, quebrou uma pá. A azul (sintomaticamente). Na volta, depois de ventar comigo no lançamento, com o apoio de quase trezentas pessoas que lá foram prestigiar o Novo Céu , a instituição apoiada pelo lançamento do livro e este autor aqui, que vos tecla. A vida tem disso. Muitas pás se quebram assim, pelo excesso de energia. Até de amor. Acontece que coloquei o cata-vento do lado do computador, na mesa do meu escritório e ele nunca mais tinha ventado. Ou, melhor dizendo, nunca mais tinha catado vento algum. Com a pá quebrada, estava aqui pra que eu o visse todos os dias e 1– servisse de inspiração, por ter sido dado com tanto carinho por uma amiga muito especial, uma referência de ser humano muito ligada às Virtudes maiore

Nada é tudo.

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*foto do arquivo público mineiro Mesmo grogue, se virou na maca quando apontou na porta, vindo do corredor do hospital: – Sabia que você estava aqui. Senti seu cheiro.  Disse ela. Os enfermeiros emparelharam a maca com a cama do quarto do hospital.  "No três" , disse um deles. E a colocaram por sobre a cama, ainda de camisola e touca cirúrgica. " Se precisar de nós, estamos no final do corredor. Ela ainda vai dormir um tempo. A anestesia é forte." Saíram. Só ele e ela. E durante longas cinco horas, permaneceu ali, sentado ao seu lado. O mundo era só. Silêncio. Metro e meio e seus olhos, dali, caminharam carinho, lentamente, pelas trilhas do corpo quente que descansava. Sem maquiagem, sem vestido decotado, sem óculos de marca. Sem produção no cabelo, sem batom. Sem salto, sem bolsa, sem carteira. Sem tudo. Com nada. Assim, ele a viu pela primeira vez. Haver. E, inexplicavelmente, foi olhando os pêlos do braço dela, aqueles pêlos

Pra mim, chega.

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Ela ligou e ele atendeu. Estava pensando em comer um hambúrguer. Ia passar no supermercado gourmet e comprar alguns ingredientes. Alface, hambúrguer feito com carne especial, ovo caipira, pão com gergelim, queijo, presunto. Bacon não, decidimos pelo presunto pra ficar um pouco mais light...  Uma cerveja especial pra agradar, surpresa de quem quer ser notada. Uma segunda-feira com gosto de quinta. Mais ou menos esse o objetivo.  Tudo pronto, tudo lindo, tudo arrumado na bancada da cozinha.  Quando o sandwich estava pronto, pronto: ele pensou em postar a foto daquele lindo sanduba no Instagram. Daí, quando armou o celular pra clicar, um clique: pra quê mesmo eu estou fazendo isso?  Com quem mesmo eu quero COMPARTILHAR? Tenho uns 550 seguidores no Instagram. Tenho mais uns 150 pedidos pra me seguir no Instagram.  Curioso que não convidei nenhuma das 700 pessoas relacionadas para estar em minha casa comendo aquele sanduba. Simplesmente especial, simplesmente

Di cadê leitura?

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Vou contar um caso. O exemplar exemplar de Grande Sertão: Veredas, edição de aniversário, ficou em cima do meu Baú de Sonhos Realizáveis na sala da minha casa por quase dois anos. Sim. Tenho um baú de sonhos realizáveis. E um molho de chaves, na mesma sala. Nele, não conte a ninguém, tem a chave desse baú. E a chave do Universo. E mais duas outras chaves. Uma abre meu cofre vazio. Nessa sala, uma estante de livros, um oratório que fiz solzinho, flores. Nessala exala meu gosto pelo simplesmentemeu. E de quem quiser chegar, mas com respeito. Nessala, entre chaves mágicas, ora tô rio, oratório, leio. Mar. E me em canto com os livros. De filosofia a gastronominha. Nossos sabores e os sabores do mundo que não cabem nessala. Um dia, depois de tanto passar do lado desse livro mistério, abri o Grande Sertão: Veredas pra nunca mais fechar. É um livro tão mágico, que ele só abre. Abre tanto, que quando a capa encosta na contra capa, forma um círculo de páginas infinitas. E causos

Sobre fidelidade, verdade e hábito.

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Acho que André Compte-Sponville foi extremamente sábio ao digerir: " A fidelidade é a virtude do mesmo, pela qual o mesmo existe ou resiste. " Na verdade, resumiu com maestria o que está em Montaigne et la philosophie: " O fundamento de meu ser e de minha identidade é puramente moral: ele está na fidelidade à fé que jurei a mim mesmo. Não sou realmente o mesmo de ontem; sou o mesmo unicamente porque eu me confesso o mesmo, porque assumo um certo passado como sendo meu, e porque pretendo, no futuro, reconhecer meu compromisso presente como sempre meu ." Fato é, que fiel é uma palavra muito próxima de fel. A letra i, de indivíduo, é o que faz toda a diferença. Assim, o conceito genérico depende do indivíduo para se fazer tangenciável, possível, real. É como o conceito de verdade. Por mais lindo que seja, independente das inúmeras tentativas de se chegar a um enunciado que abarque mais completamente eou sucintamente esta magistral abstração, verdade, como a

É logo ali.

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*imagem search google "olinda" – É logo ali, tem paciência que já tá chegando. disse o namorado resiliente... Pudera, ela arma um bico toda vez que não tem controle da situação. Se não fosse resiliente, já tinha chutado o balde. Saíram cedo. Foram almoçar em Ouro Preto. Ela emburrada e ele tentando colocar uma cereja em cima da torta-do-cotidiano. É assim. Às vezes, a gente tem que fazer do limão uma limonada. Nem sempre conseguimos agradar. Mas o jeito de olhar faz o dia-a-dia mudar sua cara. E existem alguns artifícios simples que podem fazer da tentativa de respiro, verdadeira inspiração, em seu sentido mais poético. Por que almoçar todo sábado no self-service-pra-não-dar-trabalho, se é possível inovar um tiquinho? Ouro Preto tá ali, pra quem mora em BH. Petrópolis tá ali, pra quem mora no Rio. Olinda tá ali, pra quem mora em Recife, e por aí vai. Ou por aí podemos ir. Uma olhadinha no amigo google ou uma dica do colega de trabalho pode fazer a diferença quando s

Uma pincelada sobre mitos e verdades no Caminho.

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Mito ou Verdade? Existem muitos mitos e verdades acerca do Caminho de Santiago. E isso certamente daria pano não para um post, mas para um livro. É, sem dúvida, uma curiosidade recorrente. Principalmente para quem quer fazer o Caminho ou se sente de algum modo atraído por ele. Elenco aqui, alguns pontos que considero importantes, cinco somente, a pedido da minha amiga Ana Crepaldi – para um grupo que tem muita gente disposta a fazer do seu caminho, Um Caminho. O Caminho de Santiago é um caminho místico religioso. – Verdade. Mas para isso, é importante estar aberto. Vale conhecer a música “Lente do Amor”, de Gilberto Gil, que é uma boa pista para sintonizar essa experiência. Muita gente faz o Caminho sem ter uma única experiência mística / religiosa. Por quê? Porque não está aberto. Existe uma lei do universo conhecida que diz: “Aquilo que você procura também o está procurando.” Para isso, existe um modo mais fácil. Caminhar em silêncio, ouvir a natureza, meditar ou r