excolha



A música não desiste
de nós.
Quando pausas afônicas contratempos, contra templos.
A prendo. E escorre pelos dedos.
Todas as letras. Mudifico-me. Emudeço-me. Mudo e fico. Mudo fico.
O espelho não mente, omite. Fatia os sonhos da gente em silêncios.
Reflexiona, une verso, represa em teia.
É muita água, minha gente. É muito laço de gente. Muita corda acordada. Muita lã novelada.
Milhares de gotículas uni das presas pela tramelas das tramas.
É como a trema.
Delicada, confunde. Ninguém sabe ao certo o que é aquilo ou pra quê serve.
Eu sirvo.
Trema. Com medo. Abra a janela no alto do prédio ou da letra u. E feche os olhos.
Quando tremer e sentir sua mão suando, saiba que sei. Que sirvo.
E estou pronto, vocacionado, chamado, em chamas.
Nas flamas, o presente do indicativo pergunta a tu.
Tua resposta é confusa.
Porque sabes que é sim, queria que fosse não, e sofres.
Sofres nos cofres da alma, tu sentencias.
Est ás coberta com o manto do silêncio. Mas querias que este veste nua.
Escutando a música que escolhi
pra nós.

Comentários

Bê Sant Anna disse…
Alda Maria Saraiva, leitora do blog, sentiu falta "da" música, ou de uma música que ilustrasse o texto.
Acho, Alda, que uma boa pra gente ouvir que tem sentido aqui é essa. Mas ouça de olhos fechados:
http://www.youtube.com/watch?v=nhmlgEAWQug

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