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Mostrando postagens de maio, 2012

Tango

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Tango. Eu Tango. Tango escolha, marcação, ando marcado pelas mazelas do tempo. Só sentimento, só pulsação. Na milonga da vida, o círculo do nosso salão ainda chega ao lugar onde nos encontramos. Sapatos de couro, o couro da pele, seu salto nos deixando pra sempre no piso da pista. Delicadamente desenho com o bico do pé: espora que fere gillette o terreirão de minh'alma. Bandoneón que chora. Que grita silêncio com a mão no vidro do ser. Encarcerado, pra sempre, no tango sangrento da gente. O violino me empurra, suplica, aperto seu coração contra o meu. Síncope e ar rarefeito. Peitos, desejos de arder. Voltamos pra avançar, têmporas coladas, pessoas imantadas que sabem amar. O Tango é escolha. Anda comigo, anda. O repique rascante da música para o tempo, mão aberta, dedos prensados contra a seda penugem delicada das costas. Faço um oito com você. Eternamente num passo, o laço dos dois que anuncia, o nosso vazio, o tom do querer. O Tango é um jeito de ser. Eu Tan

Gilberto Gil, Caetano Veloso e minha filha.

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São duas da manhã, voltei da chopperia Albano's depois de ir ao show do Gilberto Gil. Gil está bem, estive com ele, tive a oportunidade de encontrá-lo novamente depois de muito tempo e entreguei pessoalmente o meu livroCD 8, dedicado a ele, que lancei em 8/8/2008. Ele fez questão de me ouvir atentamente, enquanto explicava sobre o que se tratava este presente e não quis que entregasse a outra pessoa, disse que ele mesmo queria ficar com ele. Fiquei muito emocionado. A bela moça que estava ao meu lado me perguntou: quer que eu faça uma foto? – Não, grato. Eu disse a ela. Foi como quando eu o entrevistei por mais de 40 minutos para o meu trabalho de conclusão de curso. Não quis tirar uma foto com ele. Foi também como quando eu me encontrei com ele, na ocasião do show Tropicália DUO, há 17 anos, quando ele me apresentou o Caetano Veloso. Sim, eu tenho isso no meu currículo. Gilberto Gil me apresentou o Caetano Veloso. Um dia tenho que escrever sobre isso. Em nenhuma de

Hera é

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No frio, a janela do quarto ficava fechada. Ele levantava cedo e ligava o chuveiro para esquentar o box, enquanto ela ronronava na cama desarrumada pela madrugada afora. Conhecia cada gesto, trejeito, conceito, espera. E deita mais um pouco, pra amanhecer dentro deles a manhã que já acordou lá fora. Tinha passarinho e fresta de luz. Tinha arranhado na porta. Tinha detalhe, segredo, pele clara, pele quente, sorriso. Tinha tudo que era preciso. Pernas que se enlaçavam, cabelos desgrenhados, edemas que nasciam felizes, crias do não me deixa. A vida era ida sem volta, eles corriam na relva da cama, eles brincavam na trama de não existir sem doer. A morte acompanhava de perto a vida absurda ao extremo, o sumo da vida sugado, nas bocas, nas unhas, na inspiração, o perfume. Coração-lume. O vazio era tão enorme, imenso, vasto, profundo, que brincavam de jogar um ao outro no precipício de si. Suicidaram-se, muitas tantas vezes. E lambiam as feridas dos corpos caídos do outro, até

O telhado do engano.

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– Quando eu me separei, o meu maior medo era de me apaixonar novamente. Hoje, o meu maior medo é a perspectiva de que isso nunca mais aconteça... Ela me disse em uma conversa. Hum... (pensei) Acho que sei o que estava sentindo. É uma espécie de saudade... Você já teve saudade do que não viveu? Você já se arrependeu do que não fez? Quando a noite cai, as confissões sobem à superfície para respirar. O Tempo nos questiona. Afinal, já temos tempo pra responder... O sono de mim invade e resolvo dormir sem escrever o que queria. Da janela da parede, uma gravura de Juraci Dórea, artista baiano de elegância ímpar, me olha. Me fita. Me fala. As agruras do mundo não cabem dentro do ser Tão. Ou cabem? Por falar em apaixonado, me lembro do Gikovate, definindo paixão... diz ele: paixão = amor + medo. Sabe, nunca fui tão apaixonado quanto pelo meu amor que escolheu ir. Ela não foi pra Pasárgada, não é amiga do rei. Resolveu ir, simplesmente. Não acreditou que eu pudesse, que eu fos

A mulher e o feijão

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– Bê, ela é uma mulher !!!!! - comenta Fabiana Ferraresi, amiga minha, ao ver a foto dela em pé, ao lado do avô. É sim, Fa. Minha filha é uma mulher. Cheia de vontade, de personalidade forte, de uma calma e de uma certeza que assustam um pai como eu. Ponho a mão debaixo do seu queixo enquanto recebe uma colherada de arroz, feijão e couve de sua mãe cuidadosa, e ela empurra a mão com força. Veemente. Franzindo o cenho e protestando. – Hum! * (*Não vou deixar cair na roupa, pai. Você acha que eu sou o quê? Que saco.) Sou só um pai, filha. Sou um pai só. Imagino. Ela moça, ela mulher, ela vida. Ela riso, ela luta, ela apoio. Ela conquistas, ela feliz. A mulher que mora na minha filha merece todo o amor. Crescer, ganhar, perder, cair, levantar, dançar. A mulherzinha da minha filha adora dançar. Sua mãe falou que gosta de Tom Jobim. Eu, pai, me enterneço. Sua mãe falou que gosta de Rock. Eu, pai, me encanto. Espero que não goste de breganejo universitário. Nem de funk. N

A onça que faz au-au

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Pegamos você e sua mãe 14:30h da tarde, filha. Sua avó já não sabia mais onde colocar seu coração, que pulava de alegria, assim como o meu. Ontem, quando sua mãe cancelou a ida ao zoológico e marcou pra hoje, sua avó já começou a sonhar. Eu corri no seu quartinho e peguei todos os 11 bichinhos de fantoche de dedo que comprei pra você pra deixar separado. Eu sabia que teríamos a oportunidade de imitar os bichos juntos, seus sons, seus trejeitos, cada uma de suas macaquices... Eu queria saber se você ia entender a relação dos bichos com os fantoches, se ia fazer seus sons depois que estabelecesse essa relação. Com um ano e três meses, pra você isso é fácil, tendo em vista que maneja um Iphone bem melhor que sua avó (se bem que a comparação não lhe favoreceu, filha). Seus olhinhos brilhavam como os de sua avó quando chegou no carro... Pegamos a Afonso Pena, rumo a Pampulha e é incrível como tenho que me policiar, pra não ficar com os olhos somente no retrovisor. Tudo que quero ver

O dia em que Beatriz falou vovô e vovó

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Beatriz ca-minha. De mãos dadas com o vento, faz curva, quer correr, quer brincar. Arqueia a sobrancelha do meu amor. Ri de mentira, ri de verdade, ri pra chamar a atenção. Tosse de mentirinha, faz charme. Aponta o destino, não quer ser foco do olhar, quer só estar feliz, Beatriz, rima rica nos meus ouvidos de pai. Suas mãos grandes tocam piano na minha expectativa. Maneia a cabeça que eu digo sim, minha filha. Pra tudo. O cachorro é Au-au, o cavalo, Pocotó, Beatriz é Bê, Deus é humanamente indizível. – " Curro-curro, Curro-curro, qualé mão que ocê quer? " Acha a pedrinha escondida na mão da Tiavó, minha filha. E comemora a existência do bem. Quero subir a escada, mamãe. Quero água. Quero apertar o botão do elevador. – Óh! (aponta) Quero só me maravilhar com o fato de estarmos vivos e compartilhar a beleza do há mar, além da praia, além das montanhas, além das dúvidas, além dos questionamentos todos dos adultos infantis, papai. Infantis? Quem nos dera,

O Respeito da Operadora VIVO

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Cristiano, que acionou Filippe, que acionou André, que acionou Alexandre, que ligou pra mim. Bom, tentei resgatar Drummond toscamente mas não deu certo. Tudo bem, o que importa é que resolveu. (na verdade o André também ligou).  Começou assim:  1 - Eu escrevo no Blog e nas redes sociais sobre o Desrespeito da Vivo. 2 - Uma amiga e um amigo que trabalham na TVAlterosa têm amigos que trabalham na Vivo. 3 - Essa amiga está passando o mesmo problema e me dá o email do coordenador de relacionamento. 4 - Esse amigo passa o caso pro amigo dele, lá da Comunicação da Vivo. 5 - A Vivo resolve resolver a questão. Como? Em 2 horas de relógio:  1 - descobre-se que a cobrança do residual que me fez ser mandado pro SERASA é abusiva; 2 - Cancela-se a cobrança; 3 - Pede-se que retirem meu nome do SERASA; 4 - Descobre-se que realmente eu havia pago nos 7 meses R$1.425,50 A MAIS do que deveria ter pago por cobrança indevida; 5 - Recebo 4 ligações telefônicas

Para Eliane Brum e Beatriz

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Bem dito. Eliane Brum escreve às segundas feiras no sítio da Época. Acompanho, com entusiasmo, sua sensibilidade e perspicácia, suas conexões contemporâneas. Nesta segunda última, quando tive a graça de ver minha filha depois de exatos 3 meses, Eliane me dá um lembrete, no meio da minha aflição: "O que sou eu? Talvez o olhar terno para as duas escovas de dentes que repousam num copo de plástico na pia do hotel." http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/05/quanto-tempo-permanecerao-os-hieroglifos-de-steve-jobs.html Sei da não permanência das coisas, Eliane. Sei mesmo. Já perdi meus avós, já perdi amigos, tios, pessoas importantes, já terminei um casamento, já terminei um quase-quase casamento (que dor!), já perdi amores... Já perdi projetos, já perdi amizades. Já perdi o respeito, o meu e o de outros..., tenho perdido ao longo da vida. Por minha culpa, minha tão grande culpa. Tenho? Pera um pouco. O verbo é ter ou estar? Ter  tem um

O Desrespeito da Operadora VIVO

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Acabei de receber 6 mensagens em sequência dizendo: "Nao e possivel enviar torpedos sms deste numero de telefone" - nem correção ortográfica tem na VIVO. Há 7 meses, fui convencido a trocar de aparelho para um Iphone. Detesto. Como trabalho com isso, como sou mestrando em Interações Midiáticas, como as relações interpessoais são perpassadas pela absoluta falta de noção quando se pensa em contato e exposição pública, aderi a contragosto. Detesto Facebook, apesar de ficar quase 12h por dia conectado. Aliás, nada me tira da cabeça que a diferença entre Mark Zuckerberg, Steve Jobs e a Rede Globo é isso: Os primeiros inventaram uma coisa sem necessidade nenhuma, que colou. Já a Globo inventou o comentarista de arbitragem nos jogos de futebol - que é uma coisa sem necessidade nenhuma, que não cola nem empurrada goela abaixo. Mas não vamos desviar o assunto. O que importa aqui é que o simpático, educado e competente Lucas Ferreira, representante da VIVO no Minas Tênis Clu

Eric Clapton, NelsoM, Nena, Vanderlei Timóteo e o Diabo.

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"E, por um momento, percebeu que não havia mais nada o que escrever." Era o que estava escrito quando cheguei aqui. Escrevi ontem à noite, antes de morrer. Hoje cedo, como não tinha morrido muito, acordei no multishow HD e mandei uma mensagem pro NelsoM. Ele, que me ensina sobre a vida e sobre a música que meu pai não me ensinou - o que é a mesma coisa pretty much, me disse: essa é a melhor coisa que Eric Clapton já fez. Não sai daí enquanto não ouvir tudo.  Ele vai começar a dar seus depoimentos, daí você vai entender o que é comprometimento. Com o NelsoM sou obediente. Daí Nena me ligou. Fico pensando que meu pai e minha mãe me ligaram assim cedo (pais postiços, esses - ou meu irmão mais velho e minha irmã mais velha, whatever) porque Alguém mandou. Enquanto Eric Clapton diz coisas incríveis a respeito de Robert Johnson, suas escolhas, seu sentimento e uma forma específica de tocar e cantar em determinada gravação - que tem um sentido muito mais potente pra q

Sobre

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"Não se consegue escrever algo sobre si mesmo que seja mais verdadeiro do que aquilo que se é. Essa é a diferença entre escrever sobre si mesmo e escrever sobre objetos externos. Escreve-se sobre si mesmo da sua própria altura, não apoiado em muletas ou andaimes, mas com os pés descalços." Wittgenstein (1937) É que sinto o chão frio.

Ainda da tempo

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Ontem estive lá. Participei da alegria da Rê e dos que estiveram presentes. Fui dormir lendo seu livro. É muito bom ver que existe amor e fé, independentemente da descrença do homem nele mesmo. Li ontem, quase tudo. E me lembrei do meu professor que dizia: dormir no meio da reza é até bom; você dorme em oração. Ontem eu dormi no amor. Sou grato por compartilhar tanta coisa boa que tem dentro de você com a gente, Rê Feldman. Dia 12 de maio tem mais. Por isso, quem estiver com saudades de dormir no amor, ainda dá tempo. Basta seguir o convite.   http://renatafeldman.blogspot.com.br/

Conto Contemporâneo

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Ele: – Você me achou... Ela: – Não foi tão difícil assim. Ele: – Foi sim . ... Esse é um fragmento de um conto de fadas contemporâneo, que utiliza uma fórmula manjada. No filme HULK, o cientista Bruce, animal por natureza, é domado pela força da bela, pelo sutil da fêmea, pelo amor, pela entrega. Depois de se render ao seu lado animal e fazer merda com força, Bruce (HULK) se vê cercado. Por si. Pelos que o odeiam. Destruiu tudo por onde passou, fez inimizades. Seu rastro de estragos foi grande. Só ela acreditava nele. Só ela era capaz de ver o que existia por trás da agressividade, da montanha de músculos, da enormidade bestial que era a carapuça de HULK (Bruce). Ela, só ela. Depois de estragar com Tudo, a simples visão que ele teve dela faz com que se entregue. De alguma forma, não aguentava mais. Era muito pra ele. Talvez fosse só isso que aguardava: vê-la. Reconhecê-la. Penso no olhar de amor. Que vê e reconhece o que há por detrás do erro. Penso no olhar do amor

Amor em pedaços

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Amor em Pedaços ou Amor em Fatias? Acho que é a primeira pergunta que vou fazer a Renata Feldman quando pegar o livro das suas mãos. Renata Feldman é uma redatora de mão cheia, uma psicoterapeuta humanista que faz do seu olhar amoroso o espelho do mundo. Conheci Renata há muitos anos e somos amigos desde então. Ela é uma amiga fiel, uma mãe de primeira, uma esposa dedicada, uma mulher de verdade. Sim, estou elogiando e não vejo porque termos pudor em falar bem de quem realmente merece. Renata é uma menina linda. Só consigo enxergá-la como menina, como a menina que conheci, antenada pras coisas e pras pessoas, pras relações, pro compromisso. Coisa de berço, acho. Não tive a oportunidade de conhecer seus pais, mas... sabe quando você vê que a figura teve berço? É... essa é a Renata. Empolgada por natureza, nunca entendeu bem minhas escolhas, sempre me achou meio doidão, meio transgressor. Somos amigos complementares, nesse ponto. O curioso é que passo meus perrengues volta e m

Nós, vovô, vovó, tia Biba, eu e papai.

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Vovó Lili e Vovô Toi, tudo bem? Eu sei que sim. Às vezes pode parecer que não, mas eu sei que sim. Sei que hoje é um dia especial. Meu pai me contou que há 40 anos vocês se casavam e combinavam a vida que teriam juntos. Fico feliz. Sei que esses 40 anos levaram vocês dois até mim. Também. E me trouxeram até vocês. Com um ano, dois meses e um pouquinho, já dá pra saber do amor, do querer, da saudade, do viver. Meu olhar de filósofa não nega, sou muito humana e muito por causa de vocês dois. Acho que meus pais estão fazendo um ótimo trabalho, apesar de todas as dificuldades. Meu pai, distante, me cuida e me ama, acima de todas as coisas. Minha mãe me trata com carinho e com cuidado. Eu espero a hora de estar com vocês e perceber novamente que as duas fatias da maçã do amor do mundo estão disponíveis pra mim, não só a da minha mãe e da família da minha mãe, mas a do meu pai e da família do meu pai. É aí que vocês entram. Meu pai me disse em sonho que desejou muito que eu estiv

Haikai das nuvens

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E, por um momento,  fiquei com a esperança  de não ver a Lua com você.

AMOR em família

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– Vai chamar o embarque 8 segundos depois: – To emocionada Biba está, neste exato momento que escrevo a palavra AMOR, dentro do avião da Airfrance rumo a Paris. Biba é o apelido de Gabriela, que, imagino, dei a ela quando ainda era um bebê de colo, ainda em Brasília. Barulho de nova mensagem no celular: – Tão feliz! Sonho realizando amo vcs Eu sei, Biba, nós também lhe amamos. Minha irmã sempre quis ir a Paris. Minha irmã sempre quis ir a Paris com o meu pai. No dia 6 de maio, no principinho da década de 70, meus pais se casavam. Um pouco antes, meu pai morava em Paris. Era estudante da Casa do Brasil e conheceu minha tia Margarida Maria. Ela disse a ele que deveria voltar ao Brasil pra se casar com sua irmã. Feito. 39 anos depois, nasceu Beatriz, a primeira neta dos dois. Beatriz senta sobre suas pernas como minha mãe. Hoje, meu pais já sabem: meu presente de 40 anos de casados para os dois, no sonho realizado da minha irmã, seria a presença da neta, depois de mais

Tem coisas que só sentindo.

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Não há exatamente o que postar depois do que senti hoje. Nana Caymmi, Wagner Tiso ao piano, Orquestra Sinfônica, Palácio das Artes. Ela só repetiu duas músicas: "Eu sei que vou te amar" e "Resposta ao tempo". Às vezes, Deus faz isso com a gente. Durante muito tempo, não deu pra escutar a primeira música. Hoje, ela só tem sentido depois da segunda. Ainda assim, é linda. E move. Hoje, me senti ainda mais humano. http://www.youtube.com/watch?v=sxWUKHnzB3g

Túrgida Mente

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A noite: chega de vagar. Ela espera o dia partir. Um sabe que a soma dá dois. Outro, só quer saber de só mar. Um livro que é dado de presente. As cores da vida vão surgindo cheirosas. O sangue das veias espalha o vermelho no corpo. E o sal do amor tempera os braços e pernas e peitos e pelos suados dos dois. A noite chega devagar. Enquanto espera o dia a partir daí. De onde move. De onde se move. Deondemovimentamsementolados, grudados, sucos. O tempo lambe as costas da expectativa. Salto agulha. Cristal que adorna a nuca do soutien. Uma gravata é nó, o tempo é dó, o desejo é só. O sonho de voltar a amar desperta o desejo do olhar de quem se sabe cego para sempre. Antes de mais nada, tem saudades do abraçoedocheiroedomeldabocaquepinga.