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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Nude

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Naked. Acordei às sete e pouco. Pelado, puxei o macbook para o meu colo antes de acender a luz do quarto. Depois de ver que haviam comentários na folha de rosto do meu iphone. Pelado, abri o email e descobri que não há resposta para a vida. Só perguntas. Quais, enfim, devo fazer? Talvez o truque seja esse. QuAndo pergUntas peladas, deSejos dEspertos. Seja esperto. Esperto, me levanto. Pelado. Acordado, saio andando pela casa, depois de fazer xixi, vou deixar pra escovar os meus dentes depois do café. Estou sozinho mesmo... Entro pelado na cozinha e vejo a máquina de fazer pão. Comprei com vontade de fazer do meu café da manhã mais um ato de amor. E, de certo modo, fiz. Os ingredientes pelados que coloquei ontem à noite, depois que cheguei da casa da minha professora de francês, que fez aniversário, viraram pão. E ele está ainda morno. Morno e pelado como eu. Morno e pelado, como eu. Antes, faço um café. Com o pó de café que veio do sítio do meu pai. Os dez pézinh

Do filho, do pai, pra mãe, do ano novo.

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Mãe, feliz ano novo. Comi o bolo de chocolate que você deixou pra mim de presente quando viajou, o mesmo que você faz em todos os meus aniversários. Hoje tentei mais uma vez resolver as coisas todas, mas não foi possível. Nem sempre as pessoas sabem a importância da escolha em nossas vidas. Que as mesmas sementes quando plantadas, germinam ou não dependendo do terreno onde estão. Se tem água e luz. Às vezes falta água, às vezes falta luz. A iluminação é preciosa em todo o processo de germinação e crescimento. Quantas escolhas erradas eu fiz, por falta de iluminação? Realmente não sei. Mas sei que todas as sementes que foram originárias das minhas escolhas, germinaram. Todas elas. As boas e as ruins.  Não. Não estou dizendo que haviam sementes ruins. Estou dizendo que as escolhas foram boas ou ruins. As minhas. E isso fez toda a diferença, mãe. Paro um pouco e imagino você fazendo o bolo de chocolate pra mim. Saiba que não ficou com pouca c

O fim do mundo está próximo.

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O fim do mundo está próximo. Digo, do ano. Imagino se você parou por um momento e pensou: putz, o fim do mundano está próximo, será que fiz tudo o que eu podia? Tudo bem, você não pensou isso. Só está lendo esse blog sem exatamente nenhuma implicação efetiva em sua vida e em seu cotidiano. Ok. Seu chefe viajou e mandou você ficar trabalhando. Por isso você está aqui, passando o tempo. Tá, melhor eu continuar escrevendo algo que lhe desperte interesse, pra ver se você pelo menos termina a leitura. Fim do mundo é assim (desculpa, do ano ), você já imagina a lista dos desejos pro ano que entra. Aliás, tem vários ritos possíveis relativos a isso. Um básico, é escrever tudo - e assim poder conferir o que desejou, o que plantou e o que colheu no final do ano que chegou, passou voando e lhe tomou de assalto. Tranks. Eu não sei bem se isso é bom ou ruim. Não sei se isso é mais uma estratégia básica de coaching que minha amiga ninja Danielle Michel Serafim ensinou, porque tem pena da g

Sonho de Natal

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Evangélicos. Muitos, que cantavam e que batiam palmas. Alheios à revolução que acontecia, apesar da minha incompreensão. Dividindo a escola com os evangélicos, nós, refugiados, espremidos nas salas, vagando nos pátios, tentando localizar um ou outro, que havia sumido há dias. Não consigo me levantar. Na almofada amarela, me arrasto de um cômodo a outro, sem me preocupar por qual motivo me arrasto, ao invés de andar. Quem eu menos espero vem pra me abraçar. Me olha com um olhar carinhoso e diz que apesar dela ter sumido, que ela está bem. Que teve notícias que ela está bem, que ela não teria sumido se não fosse por eles. Não sei quem são eles, mas eles a têm em cativeiro. Olho na tv, na parede da escola, e os desenhos animados, ao invés de historinhas infantis, estão dando notícia da revolução, de modo dramático, não de modo jornalístico. Ela passa a mão na minha cabeça, me olha com aqueles cílios marcados, cola seu corpo em meu ombro, eu de joelhos, e diz que ela não sabe bem o q

Tem sido

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http://besantanna.blogspot.com/2010/06/vai-ser-complicado.html No dia 30 de junho de 2010, escrevi esse post, depois de ir ao cinema com minha mãe. Às vezes, não ouvimos o recado. Pensamos tanto em falar menos e ouvir mais... mas o segredo está sim nos olhos. Não na boca, não nos ouvidos. Noutros sentidos. Comprei o filme, finalmente, que dizia da história. Quem sabe pra buscar uma pista, um conto, um toque, um sopro, um alento... Sim, vai ser complicado, ela diz. Que bom que ela sabe.  Ele sabia. E estava mais do que disposto. Ele buscou a verdade.  "Temo" - escreveu na noite. E o que queria dizer mesmo era outra coisa.

Haikai sobre a morte.

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A vida  é ida.

Bom fica.

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Minha amiga disse que ela está bem. Há cerca de 70 dias, quando sua dona se foi, perdeu todas as folhas. amuou-se. Invernou de dentro pra fora. Pedi socorro na mesma hora. A Pequena Resedá  é um símbolo importante. A árvore é um símbolo importante.  Raiz, tronco, galhos, folhas. É preciso molhar. É preciso saber que não se poda à toa. Talvez... seria mais fácil se as pessoas compreendessem o casamento, efetivamente, como um bonsai. Sua poda bem feita não prejudica a árvore, pelo contrário, só faz com que fique mais bela, mais forte, mais vistosa. Não há porquê não podar. É justamente o contrário. Os limites não ferem. Exercem um poder importante para o crescimento, para a força. Ser integral apesar do limite é só uma questão de escolha. Não se perde por causa disso. A liberdade de crescer internamente, a liberdade de crescer dentro da relação, a liberdade de ganhar força, a liberdade de ganhar viço tem um aliado na poda. No limite. Muita gente engana-se ao achar que retirando ess

Katana

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Olho no relógio e os números se repetem. Olho pra dentro e você se repete. Não encontro conforto no olhar da minha mãe, não encontro acalento no abraço da amiga, no braço do pai, na palavra medida, no suspiro da irmã. O mundo testa a gente. O caminho tem lama, tem trama, tem drama, tem brahma. Excessos que desmedem quem sou, até onde vou, até onde voo. Lhememisturo. Sememisturo. Desmefaço. Desencontro. O tempo passa. Minha filha cresce. O dente que me obrigaram a não ver nascendo, nasce. Em pé como não pude ajudar a levantar, fica. Sua chuquinha que eu não pude pentear, vira franja. Seu choro que não pude trasformar em riso, sufoca o peito partido. Sentido. Estufa o peito. O casamento se foi, a paixão se foi, o amor se foi, a amizade se foi, a infância se vai, o projeto de vida, a casa, a ferida... Quando a infância finalmente se for, a leitura vai chegar. Com ela a cultura, a análise, outra ferida. A escolha. O mar tem seus dias de ressaca. Na noite vazia, reflete a lua qu

Adam, Cronos e Kairós

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Adam, do Peru, conheceu Eve, da Argentina, há aproximadamente 30 anos. Por cartas. Tudo bem, ele não se chama Adam, não é do Peru e ela não é da Argentina e nem se chama Eve. Whatever. A história é real. Durante 4 anos se corresponderam. Ele e Ela nunca se encontraram. Aos 17 Ele pediu Ela em casamento. Por cartas. Claro, o mundo era menos globalizado, as distâncias eram distâncias. Uma cidade do interior de minas não era exatamente na rota dos aviões que saiam da américa latina. Ele nunca a conheceu. Ela nunca o encontrou. Fisicamente falando. Será que casou? Será que é feliz? Será que ainda tem suas cartas? Ele guarda sua foto, a foto de sua família, as fotos de 30 anos atrás. As mais de 50 cartas... Pergunto: Mas você não tem interesse em finalmente encontrar com ela? Saber como vive, quem é, como está? Nunca procurou por ela no Facebook? Afinal, o mundo agora é tão pequeno... Não, disse ele. Quero guardar a lembrança dela, a da moça de 17 anos. ... Imagino Ela, etern

de Cachos

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A sombra que vê, esconde a beleza de ser. Como se configura, como se inscreve, como loucura? Minha filha faz sombra no mundo, esconde a areia do sol, em meu peito anzol, faz sutura. Beatriz se mistura. Sei onde foram morar os meus cachos, já sei onde se encontra o meu sono, eu sei dos meus sonhos agora, tem água lá fora, corre que o boi já vem. Eu sei do meu neném. Por um triz já menina, me ensina a esperar novamente: Beatriz se gesta no mundo... Um dia nasce em meu colo, eu solo, espero. Terra fértil, úmido de amor. - Yemanjá, toma conta da Borboletinha do Mar. Eu sem sonhar, durmo pra vida girar. Tempo que a areia quis em mim, tempo, o barco navega afim, tempo, o tempo é molho do há mar. É tempo de m'olhar. Lambeatriz, Onda, há mar. Bebeatriz, Sol, há mar. Sobeatriz, Vida, há mar de amor, o mór que sou. In finito.

Sobre os benefícios espetaculares dos bioflavonóides, ou quase isso.

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Em vez de falar sobre o dia de chuva, sobre como a chuva caia na areia da pista de montaria do restaurante de comida mineira que serve as pessoas que pra lá vão produzidas, fingindo estar casuais, em vez de dizer o porquê deu insistir em ir lá comer torresmo, mexido, ovo frito e couve, em vez de dizer que acredito nas palavras da dona do estabelecimento que me chama de querido toda vez que vou lá, porque me conhece, porque vou lá sozinho, porque acho que ela deve imaginar porque vou lá sozinho, porque eu tenho um carinho especial por ela e pelo projeto dela, independentemente de ser um projeto pseudo-elitista, porque me parece sinceramente verdadeiro, em vez de dizer o gosto que tenho quando lá compareço a independer da companhia ou não que eu esteja, a independer da frequência ou do hábito, independentemente da qualidade da feijoada que lá é servida e, em vez de falar dela resolver falar de outra coisa, em vez dela e em vez da criança que chegou no carrinho e que fingi por um momen

Detesto quando me matam

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Quiseraeupoderfazerouvir. Quemderaeuquelessemoqueescrevi. Puderanósestarmossempreaqui. Nodoceolharaondemeapreendi. Coisa mais triste é velório de gente viva. 

Em bora.

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Quando se história de amor, caso. Caso contado, caso casado, caso calado pra quem quer de fato ouvir. Quando se história de amor, caso. Caso contente, caso pingente, um caso claro de casaragente. Casei com os olhos, o sorriso, o cheiro erótico perturbamente. Cá, sei com os olhos, sei de ouvir por trás da boca, sei o que chacoalha a alma. Sei o que me acalma, o que me aquece e desestrutura. Um caso clássico de casamentura. Esse pau duro de cortar os pulsos, essa nudez que inocenta a gente, o caso curo, mesmo delinquente. Quando se história de amor, eu caos. Eu caso caos, eu desmelinguotodo. Eu mais que engodo, eu já refeito em ti. Eu mesmo jeito, eu nunca estreito atrapalho. Eu ducaralho, eu superfeliz. Eu quando caso, amor se história quando. Eu quando caso, amor se historiandando. Eu quando caso de amorsefondo, me findo todo pra me revestir. Revisto tudo, revista toda, revista óculos, quero a partir. Se Quando amor, eu me traduzo mundo, quer

cold play

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Ouço The Scientist . Morro um pouco nas notas singelas do coldplay. Por sorte minha, liguei a televisão quando o Roberto Carlos estava no finalzinho da música de final de ano da Globo. Se não, o choro poderia ter sido catastrófico. Em épocas quando se chora até vendo o Louro José (literalmente, não estou de sacanagem), não é aconselhado ver todo mundo lindo, vestido de branco, cantando de mãos dadas com o mundo lindo e maravilhoso hiperrealista da Globo. Aposto que alguém ali estava com uma cueca furada. Ou pelo menos com uma meia furada. Uma frieira. Uma meleca no nariz. Sim, a vida tem meleca no nariz. Me lembro de um diálogo interessantíssimo do Jack Nicholson com aquela bonitinha loira e o amiguinho gay viajando de carro. Dá vontade de abraçar a loirinha e o amiguinho gay. Mas o Jack Nicholson é quem tem razão. Ele é o real. Ele é quem diz pra gente que por mais que a gente queira encontrar o furo na cueca do outro, o furo está é na cueca da gente mesmo. No body said it w

Un`Altra Volta

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Não faço ideia o que isso significa. Uma outra volta? Meu português aproxima do italiano esperando um falso cognato. Não entendo a itália. O máximo que sei da itália é Vovó Querida me mandando arquivos de fotos belíssimas da sua antiga Itália em Power Point. Lindas todas. O macarrão com bacalhau estava com muito alho novamente. Muito. Já não sei se perdi a referência, ou se o julgamento se deve à falta de outro ingrediente fundamental para o meu jantar no restaurante da Grão Mogol. À esta altura, Grão, Mongol. Sou um retardado existencial. Ouço Drão, me ilusiono, escuto Gilberto Gil me falando da ilusão. Onde plantar? Também não sei, Gil. Não me pergunte. A noite é muito mais escura do que eu posso supor, sempre. Semana passada fiz o que sempre pedi aos meus alunos: tomar banho de olhos fechados. Mais que um exercício para o cérebro, é um exercício de sensibilidade ímpar. Quero sentir a água molhada, Gil. Mesmo que os pecados sejam todos meus. Não há o que perdoar, por isso m

Flor ir

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Filha, olha a foto. Essa é a foto da primeira arvorezinha sua, minha borboletinha. Seu Bonsai que voltou a brotar. Quando você se foi ela sentiu na hora. Cairam todas as folhas, ela secou, ficou triste, só. Daí eu pedi pra Rê e o Rock darem um jeito nela. A Rê logo puxou a minha orelha, filha. Ela disse do tempo. O tempo que faz brotar. O mesmo tempo que leva, traz. O mesmo tempo que vem, passa. O tempo que dói, cura. O que amarga, adoça. O tempo é passageiro da vida, filha. V ida. V     ida. V                 ida. Sem volta, nos encontra na plataforma da estação. Onde chegamos, onde partimos. Hoje partido, amanhã, chegando. Reparou bem nessa frase, filha? Ela é muito importante e muito certa, em suas várias formas de ler: Hoje partIdo, amanhã, chegAndo. Guardei minha expectativa no armário, filha. Que bom que você está há 56 dias na praia com a mamãe. Quisera eu tirar umas férias desse tempo todo também... Aproveita aí pro pai. E se lembra que longe é um lugar que não existe