sobre passarinhos e respostas




Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele.
Se você quer uma coisa, corre atrás. Ponto. - Diz Will Smith no filme.

Seu filho, no filme, pergunta: Pai, quando a mamãe vai voltar?

Ele não sabe, filho. É assim. Às vezes a mamãe vai, às vezes volta, às vezes não. Enquanto tomo um yogo e escrevo esse post, tem mãe partindo, mãe chegando, mãe querendo, mãe chorando. Tem pai que não sabe a resposta. Tem muita mãe no mundo.

A minha, feliz por ser avó, sofre com o filho. Ele não é dos mais fáceis. Ele é poeta. Acredita no sonho, corre atrás dele. Acredita no ponto do Will Smith. O inferno está cheio de boas intenções, alguns dizem. 

Prefere ir para o inferno acreditando no Will Smith. Prefere a verdade dolorosa. Apesar de alguns não suportarem a abstração da verdade. Prefere morrer poeta, prefere correr atrás. Pelo menos, corre.
Vou tentar resumir, que se não esse post vai demorar 38 anos pra ser lido:

Depois, quando lhe foi ensinado a andar, começou a correr. Daí, fez o Caminho de Santiago. Reconheceu o amor, finalmente, e entendeu porque o mundo lhe parecia de cabeça pra baixo. 

Falou todas as línguas.

Hoje, anda no mundo de cabeça pra baixo. Desajustado, o sangue lhe sobe à cabeça. Mas corre de vez em quando e anda de vez em quando. Ouve os passarinhos quando passa na Praça da Liberdade e fica procurando por eles. Presta atenção na vida. Pra ter o máximo de respostas quando a filha vier lhe perguntar. Mesmo sabendo que não vai ter todas as respostas. Nem pra filha, nem pro amor de sua vida.

Mas acredita. E vai morrer acreditando. Will, abraça seu filho. Olha ele no olho. Lá, bem no fundo, mora a verdade de todas as respostas sem perguntas.

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