Bogeder



Bogeder.
Não achei nem no google translator.
Esse era o nome do meu barquinho da avon, que eu tinha quando pequeno. Com ele, navegava meus sonhos na banheira de casa. Minha mãe custou a entender o que eu queria quando pedi a ela: - eu quero um Bogeder.
Sonho de menino é assim. Pode não ter explicação.
Hoje não. Tenho que explicar meus sonhos, tenho que sonhar racionalmente, tenho que sonhar sonhos possíveis, tenho que sonhar um não sonho.
Ainda vou escrever um livro com esse nome, vou fazer uma música, vou compor um poema, ainda vou cantar esse barco. Vou navegar suas ondas, ouvir a sua calmaria e aportar no peito, calado, em dia de tempestade.
Quero ver a chuva molhando sua tinta, a espuma no casco. Quero o lodo do uso. Quero o mistério de seu silêncio navegável. Quero que o sal tempere sua madeira. Quando, um dia, navegar o Bogeder, tudo vai estar diferente de agora.
A primeira coisa que pensei quando vi esse barco na praia do toque, perto de Maceió foi: o Bogeder existe.

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