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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Sopro silente

espera que chega notícia de bem do bem que é espera mineira esperança pedra cúbica pedra polida pedra pedra pedra líquida pedra, a travessa água da vida espera de gema o brilho que ofusca somos somemos encontro divino re-união de amor e destino só, sinto muito junto, muito sinto canto os encantos do Mestre Menino Lua mal dita saudade de idade injustiça na noite silente, diz tudo: sou seu sou ente calada semente regado sou broto regado regaço no peito mestiço mistura de tintas anteontem pulei ontem caí hoje levanto e vôo, e vento...

lugar da esperança

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Em setembro de 1990, aconteceu minha estréia profissional no Teatro do Sesi, com um espetáculo cênico-musical, de nome Manoel, o audaz . Nele, 18 músicos/atores/dançarinos/cantores descobriam, revelavam a beleza de ser brasileiro, e percorriam o desejo de cidadania e emancipação, passando por lugares imaginários, presentes no sonho de quem faz desse Brasil um país de verdade. Lugares eram visitados: lugar do amor, lugar do sonho, lugar da esperança ... lugares presentes no imaginário do homem comum, lugares visitados por quem crê e amanhece o dia-a-dia. O lugar da esperança , trazia a linda música encantada de Guilherme Arantes que posto hoje, aqui, nesse meu lugar da dor, da esperança, do medo, da angústia, do prazer, da alegria, da diversão, do descompromisso, da mentira, da verdade, do exercício, da palavra, da minha poesia, do eu, do Outro de Lacan, do desejo, da transgressão, do recado, do nada, da tudo, da nada, do tudo. Com vocês, a poesia de Guilherme Arantes: Amanhã! Será um l

Haikai da crença

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O vento passeia entre as copas das árvores mesmo quando não vejo. imagem

caibo

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Cabe sentido no tremor das mãos? Cabe gesto gosto gasto gesta ação? Cabe apelo lado do não? Cabe bouquet, cabe baton, cabe bombom? Caberia um peito agonizante em meu coração? Cabe vasta veste vista volução? Caibo caibro no castelo em construção? E o homem bomba circula disfarçado de enfermeira onde ninguém poderia supor. imagem

Mundo redondo, quarteirão quadrado

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Ela pergunta sobre mim. Quer notícias. Que eu esteja bem, que me saiba bem, que me saiba. Saio de mim. Olho pra mim e me vejo. Quero dizer a Ela o que sinto, o que sei, o que estou, pra que Ela fique tranquila, continue com seu sorriso engraçado, seu jeito sério de olhar compenetrada. Ela teve alguns percalços. Viagens, partidas, chegadas, retornos, encontros e desencontros. Não acha que falar comigo vai adiantar, não acha que falar, muitas vezes, adianta. Ela sabe da resignação. Entende o meio como caminho, entende o meio como estado, entende a não perenidade das coisas todas. Ela sabe conjugar. Se preocupa comigo, quer que eu esteja bem, que me saiba bem, que eu me saiba. Saibê. Eu, que posso dizer pouco a Ela, encontro palavras: angústia, esperança, desejo. Asfalto, vento, sombra, sol, sal, suor. Sentido. Ritmo. Crença. E a vida cheia de esquinas pra dobrar e redobrar...

Ladra de beijos

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Marion Cotillard não sabe. Mas ela é um bom exemplo: é seu beijo sôfrego que pede mais, que não sabe se vai ser o último, que busca a essência, que pede perdão, que dá desculpas, que diz sim, que implora ao não, que rasga e atravessa, que excita, que morre, que nasce, que tem tudo e tem nada. Marion Cotillard beija Russel Crowe no final de " A Good Year " e revela nosso segredo mais íntimo. Ela e seus cílios mal educados. Ela e sua bocuda desmedida. Ela, simples, só, estando. Marion Cotillard não sabe. Mas pode saber. Já vi seus beijos, não preciso beijá-la. Compartilho com ela seus beijos nos meus que são os nossos. E tem gente que acha que beijo é coisa que se dá com a boca...

a gente

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ainda passo ando passando brincando cantando aos quatro ventos: em vez de mim em vez de ti a vez de nós somemonos somemosnus entremeados sêmola do existir

koan em busca de resposta

Existe um koan famoso, pra quem busca a iluminação na prática do zen budismo. Mais ou menos assim: "qual o som de uma palma com uma mão só?" Penso, às vezes, numa variação dele: "como dar as mãos com uma só mão?" Quem souber, me ensine. Se não caminho para iluminação, gostaria, simplesmente, de poder caminhar de mãos dadas.

Cicatriz

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Sentado no chão do box, observo a cicatriz do meu joelho direito enquanto a água quente, molhada, pinga pelo nariz, escorre pêlos colados. Não lembrava dela. Mas no exato momento que a vi, voltei no tempo, sentado depois da queda da Monark que me fez rolar ladeira abaixo, no asfalto, na ponta dos ossos, no grito, no choro de menino. A cicatriz ainda vermelha sangue e eu imaginando se isso ia sair um dia, se isso ia sumir um dia, como é que eu tinha caído daquele jeito e rolado junto com bicicleta e tudo nas ladeiras asfálticas do Santa Lúcia... Ela sumiu por muito tempo. Hoje, a vi no box, a vi na memória, a vi no tempo, num outro tempo que não volta mais. Nem ela volta mais. Não dói, não arde, não sangue, não some... Tá lá, em algum lugar do passado joelho, articulação sem sentido no hoje. Joelho bento, tempo água, lembrança sabonete. As cicatrizes infantis são meninas que crescem. São outra coisa.

good times

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Havia um tempo em que good times. Havia um times em que good era bom. A via, um tempo. Caminho que se percorre junto, durante, entretanto, apesar de, porque se acredita. Crê, mesmo, sabe, enfim. E mesmo que se saiba em fim, entende que se renova, nasce de novo, e que não importa se tem futuro. Tem agora. E agora é tudo que temos. Só. Sós. Pode ser que seja hora nova de good times. Pode ser que toda nova hora seja agora. Pode ser que eu espere, pode ser que eu esteja aqui agora, esperando. Esper-ando. E amando o good que existe no times que é só nosso, a independer do tempo, do bom, da espera. Estou aqui e agora. E chamo seu nome. Que onipresentemente responde: - vamos !