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Mostrando postagens de abril, 2010

Haikai para Kairos

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no con tato o to que move * na foto do museu de Escher, de quem sempre fui fã, a descoberta significante - em suas obras o infinito e o eterno como temas principais...

SinAIS

Na noite passada sonhei que tinha decidido parar de cantar. E que verbalizava isso para minha mãe. Quando acordei, liguei a televisão e vi e ouvi, agradecido, Maria Bethânia cantando Tocando em Frente . Sou grato pelos Sinais. *** Ontem, ouvi Célio Balona tocando Resposta ao Tempo no acordeão. Chorei por dentro, de alegria.

chef?

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São 3:43h da manhã. Acabei de voltar da casa onde houve um encontro das pessoas que trabalham onde eu trabalho. São pessoas lindas, amigas, amorosas, inteiras. Íntegras, zelosas, cuidadosas, cautelosas. Mas são pessoas. Todos nós, dignos de entendimento. Acho que esquecemos de nos entregar ao departamento responsável. Quando não há departamento responsável, quem responde por nós? Não gostei do jantar que fiz. Tem isso: pra cozinhar, temos que estar 100% presentes. Ato Zen. Fiz o mesmo prato pro meu amigo Paul e sua família em Gorinchem, na Holanda. Lá, sim, ficou tudo uma delícia. Ontem, eu, mais três casais, que foram delicados ao degustar minha tão esperada refeição, que não nos nutriu o corpo, só o espírito. Tirei a barba e cheguei na casa da diretora do meu departamento só de bigode, falando francês, vestido de chef. Se não nutrimos o corpo, nutrimos o espírito pelo tom da brincadeira e a vontade de ser mais alegres em uma noite que, pra mim, não estava exatamente feliz. Mesmo assi

Amen

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La Dame de tous les Peuples Seigneur Jésus-Christ, Fils du Père, envoie à présent Ton Esprit sur la terre. Fais habiter l'Esprit Saint dans le cœurs de tous les peuples afin qu'ils soient préservés de la corruption, des calamités et de la guerre. Que la Dame de tous les Peuples, la bienheureuse Virge Marie, soit notre Avocate. Amen. Eu sabia que você viria. Ler. Eu sabia que você não viria. Mais. Mas, eu acreditava. E sonhava no fundo com o entendimento. Com o bom momento. Com a força do que não tem explicação. Do que realmente é completamente sem noção. Sua frieza sempre me fez medo. Hoje, não mais. Já sei do que você é capaz. Capataz de palavras, domo todas pra não te ferir. E não vou... Só quero que saiba do fim: O fim é mesa farta, atrás do vidro. O fim é esquecer de dizer que se ama a quem acabou de partir. O fim é a dor do parto quando se quer ficar. O fim é a fala de quem só sabe calar. O fim é fogo nesse peito em pranto. O fim lamento, o fim desejo de quem não tem fome.

ampulhetraspartidas

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quencontrousado que deixa na boca um gosto gostoso de ser amarrado quemederamar sem limite o palpite da voltaoaltar esedeusoubesse do tanto que peco ao pensar em você semelimitaramar pudessencontrar um motivo desculpa de te convencer avoltaracorrer encontrar esomar esomar esomar esoamar

Já não sei o que escrever

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precisoserpreciso porque você lê

resposta para "Resposta ao tempo"

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Seu sem juízo acorda a cada dia. Seu sem juízo torna a tina vazia. Seduz, deduz, o que cativa? É luz, é sol do meio dia. Meu presente assim espera relógio do tempo, Kairós de mim. Chronos que chora tempo e demora o travesseiro vazio do sim. Há emoções que chacoalham. Há presentes que se desembrulham. Há um jeito de ser, um jeito, ao descer, do alto, do conceito do ser. Sim, estou acordado; sou corda extendida, arado, terra mexida que brota semente: sem querer. Sem querer, ouso querer. E retorno ao terno, Ruben Alves que amanhece em mim... *É com muito respeito que coloco essas fotos, captadas por mim em Gorinchem, perto de Rotterdam. Não sei o nome, não sei quem são. Sei o que provocaram neste muito meu coração. Sou grato por Deus, por meus olhos, pelo amor presente, presente, no mundo, do mundo, dos sentidos. Sonho com este casal, brilho com eles no sol e aqueço a expectativa de momentos como estes para mim, para você, para todos que lêem este post. Quem não conhece, procure a versão

Para Érica. Ou melhor: anda, Érica.

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Não sei se o nome da Érica se escreve assim. Aliás, não a conheço. Não há conheço, melhor dizendo. Fui hoje apresentado a ela em um restaurante. Érica quer que eu diga da minha corrida, do meu passo, eu passo, eu viajo, eu Caminho. Posso falar pra ela das asas nos pés, do vento no rosto, do cheiro da rua, do trote ininterrupto da massa que me empurrava, corrente humana, torrente humana, eu peixe nas águas dos homens e mulheres da Maratona de Paris. Érica, eu não sei mentir. Eu chorei no Km 5, já. No 17, no 26, no 35, onde não mais havia número, nem expectativa. Onde só há via. Entende, Érica? Ou compreende? Senti quando meus pés soltaram o asfalto e naveguei livre no ar, no sentimento de dor e exaltação exacerbados. Senti que era. Fera. Sentidos agudos aguçados pelos desejos pulsantes, passantes, pé pé pé. Trote. Tá, tem a paisagem, tem Paris, tem arco, tem torre, tem rio, tem museu. Desculpe, mas eu preciso dizer que pra mim eu fui maior que isso. Tudo. Desculpe mas eu preciso dizer

Camiseta a postos

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Criançada, agora é pra valer. A camiseta está praticamente pronta, nomes escritos, empolgação certa. Espero levar pra casa a camiseta de Marathon Finisher. Estou com meus amigos do Belvedere e Minas, que treinaram comigo durante 4 meses. Nos últimos tempos, mais ou menos 80km por semana, 2 unhas e meia a menos, praticamente, nos pés, e uma expectativa diferente na cabeça e outra no peito. Comecei escrevendo o nome do Ladeira, da Fefê e Silvinha, que foram as companhias certas nos 4 meses de treino. Tininha, minha consultora Mor me indicou o trabalho sério e competente do Heleno Fortes e Volnei, que não deixaram barato: me puseram pra treinar pra dedéu, pra não usar "treinar pra caralho" que ia ficar muito pesado pra um blog comportado como o meu. Sou grato ao apoio eterno da minha família, que mesmo sem entender, muitas vezes, os sonhos pouco ortodoxos de seu filho - como ter feito ano passado o Caminho de Santiago - me apoia e acredita em mim. Sei-me deles. Sou grato às pess

A singularidade torna as nações tão singulares...

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Qualquer pessoa que venha pra Holanda pode perceber sua riqueza cultural, gente. É tão bonita essa riqueza das nações...

UMA SEMANA

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Qual foi minha surpresa, ao passar em Paris, trocando de estação de Montparnasse para Gare du Nord para ir encontrar meu amigo Paul, na Holanda, quando vi ao longo do metrô a propaganda para a Maratona de Paris! Confesso que, ainda agora, olhando na foto que estou pra postar no blog, me dá um arrepio e um frio na espinha! Emoção pura, adrenalida da mais alta qualidade! Que alegria poder acreditar em algo e simplesmente tentar! Penso em quantas pessoas passam a vida a podar suas possibilidades, suas tentativas sem ousar dar vazão aos seus desejos. Até hoje, não corri 42km, como na prova. Treinei bastante, nos últimos tempos, uma média de corrida de 74 a 80km por semana. Para mim, MUITO. MESMO. O volume máximo de corrida foi de 30km no sábado e 10 no domingo, alguns finais de semana. Mas dizem que sempre existe a famosa "barreira dos 32km". Tem gente que não foi feito pra correr mais que isso. Bom, vou saber no dia da prova. O importante é que isso não importa. O bacana, pra mi

Pázcoa

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(O Coelhinho da Páscoa e suas várias formas...) Páscoa é hoje. Amanheci escutando Gilberto Gil. E a primeira música foi " Lente do Amor ". Antes, ou via a música interna. Que entoava o amor de minha mãe, o exemplo de meu pai, a força de minha irmã. Me falava sobre a borboleta do mar, que sabe voar e de vez em quando vira estrela, bem lá no fundo do oceano, à espera da maré alta, à espera da maré baixa, vendo tudo, ouvindo tudo, todas as músicas, todos os tons. Minha música interna me falava sobre o Tudo em minha vida. Sobre o Tudo que me faz questionar, o Tudo que aquece e desaquece os paradigmas, as crenças, os valores. O Tudo onipresente, o Tudo onisciente, o Tudo nada nonada que tantas vezes me move e por vezes me chacoalha. Tudo corazón. Minha música interna me fala sobre o conto de fadas. Onde a Princesa finalmente olha para baixo e vê o Principe Princípio, o Príncipe Meio, o Príncipe Fim. O Princípe Principal Principiante que gosta de andar, a cavalo, e monta dest

Peixes que comem cenoura

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Pela foto noturna da prefeitura de La Rochelle Ville pode-se ter noção do quanto esta cidade é especial... Hoje, fizemos uma salada ótima no almoço. Tinha folhas de confissão, desejo em rodelas, sonhos regados com azeite, um pouco de insegurança e pitadas de medo, encontros e desencontros crus e sal. Claro, cozinhei a culpa e reparti, pra que cada um saboreasse sua parcela. Eu e minha amiga digerimos tudo, calmamente, em uma refeição que durou umas três horas, antes de sairmos para a pescar. Os peixes de La Rochelle botam ovos de chocolate. O que plantar, o que colher, o que regar, o que buscar. Quem entra no mar de La Rochelle percebe a imensidão dos campos de cultivo submersos, ricos de nutrientes, férteis, semeados. A ressurreição dos pescadores se dá na colheita. Levo cestas de vime e uso macacão listrado, igual ao do meu pai. Uso botas Sete Léguas azuis e mergulho no mar gelado que me faz acordar.