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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Pro verbo

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" Procure me amar quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso ." Este provérbio ficava em um ímã pregado na porta da minha geladeira. Todo mundo que ia em minha casa podia ler. Hoje ele não fica mais. Quem vai hoje em minha casa não tem como conhecê-lo. É uma pena.

Banana com cenoura

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Hoje não corri os 28km programados no meu treino para a Maratona de Paris, que vou fazer no dia 11 de abril. Não foi porque não quis. Não faltou banana. Nem cenoura. Acontece que minha perna direita gritou. Daí, já viu... duas paradas, alongamento, dobrei o Gatorade pra ver se o sal excasso era o problema. Sim, resolvi momentaneamente e concluí em 24km, 4km a menos. Continuei feliz. 28, 24, não importa. O que importa: o estímulo está, a independer de humores, resultados, expectativas, projeções. Quando se encontra O Caminho , a pegada é segura, os pés beijam o chão, se deitam aconchegados na cama de seu destino como criança em colo de mãe. O peito abre satisfeito e sente o vento, sabe? Fecham-se os olhos, o corpo arqueia, as asas surgem imponentes e se abrem para medir o tamanho do mundo, a compreensão do espaço. Vai, amigo corpo: vente! No caminhomeuninho, ventoencontro horizonte.

O barulho poético do gancho da rede

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Na rede do tempo me balanço. Nhec... nhec ... - memórias que sacodem a poeira cinza do esque-cimento. Na tela pintada por minha foto, o marido da minha amiga e seu filho brincando de semear lembranças. O tempo desiste ali, no espaço-tempo da rede. É outra coisa, é outra dimensão, pintura na caverna de Platão. O vento balança o berço da paternal afin-idade, enquanto entorna o caldo da filial expectativa. Lembro meu álbum, flashes silenciosos. No limite da experiência, o real espreita para o bote: cerca, observa e aguarda. A qualquer momento, ele ataca. ...E a vida segue seu rumo uno...

Inteiro

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É como à tarde, em praia. É como ver o mar, absorto. É ver-i-ficar passivo, contido, sentindo apenas a sua respiração que vibra com o mundo inteiro. Inteiro. Ondas que molham a areia que seca. Os peixes, todos, estão lá, mesmo sem vermos. Peixes que brincam nos meus sonhos de menino. Mais reais que os peixes reais que estão lá, mesmo sem vermos. Peixes que fazem festa nas profundezas da mente. Sente. Coloridos, tamanhos variados, olhos esbugalhados. Peixes. Quero ser um São Francisco do mar. E que os peixes, e as borboletas, pousem em meu ombro enquanto sonho acordar.

Nus, coqueir-ais, a ponta do mar azul

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Hojestudo um jeito de desencontrar defeito que porque aflito tombo no seu peito. Desrugar caminhos a salvar encantos encontrar as marcas do que não foi, pranto. Meus olhos estão ardendo e em tudo, óculos, grau, grou. Verificam-se distâncias avaliam-se possibilidades metrificam-se sorrisos e nós, nus, na soleira da porta prestes ao passo. Posso?

Ter-me

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Sabe-se lá quem vai ler isso. Posso mandar mil recados. Escondidos, velados, partidos, ousados. Posso escutar de mim os meus fardos. Sei do meu gosto pelo simples, meus medesejos, sonhouvidos. Sei de todos, corações partidos. Ante ao mistério do ser, ter-me em mais mil movimentos, entre tantos lamentos. Hoje rio com gosto. (Foi bom ouvir te ver mais cedo.) Pre-ocupo-me com meu caminhar. Agora corro, agora morro, sei despertar. Sou grato. E o tempo que balança os humores sabe como acoitar. Sim, sento. E o vejo chegar.

Os pés do tempo

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" Seu pé não mudou, não. Só cresceu. Esse é o mesmo pezinho sentado na tampa de cimento da casinha do botijão de gás do quintal da casa da vovó. Engraçado... me lembro como se fosse hoje, você sentadinho, chupando manga... " - disse minha mãe, ontem, acariciando meu pé em seu colo. Ontem, pouco antes, quando corria no Belvedere, vi as quaresmeiras da Zuzu Angel. Em fevereiro do ano passado escrevi aqui sobre elas. Estão floridas novamente. Seus pezinhos são os mesmos, mas cresceram, floriram, correram, pegaram vento, chuva, sol, fizeram seu Caminho de Santiago, viram seu amor correndo, viram seu amor chegando, viram seu amor partindo, conheceram jardineiros prantos, encontraram encantos. Prometeram sofrer não mais, fizeram outros carnavais, viram o mar de morros daqui. Fizeram amor com a borboleta, e que amor! Se cantaram com tudo, tudaram amor, encantudoforam e viveram e viveram. Esverdejaram e verdaram e verdifizeram-se folhas em galhos tantos. Sobreviveram. Veio o tempo, v