Dos olhos de uma criança


Fui almoçar no Mandala, o restaurante de comidas naturais da Savassi, bairro charmoso de Belo Horizonte, cidade onde moro atualmente.
Na mesa da esquina da minha mesa, uma menina e um pai - supostamente. Ela deveria ter uns três anos, calculo, tendo em vista os meninos pequenos com os quais convivo hoje em dia.
Por um momento não tão breve, não tão longo, me olhou fixamente.
Se virou pro pai e disse:
Não tem ninguém almoçando ali, naquela mesa. - apontando a mesa onde eu estava (ou supostamente estava, já não sei mais...)
...
Por quê?
Por que a menina não me viu? por que a menina não viu o me? ou será que ela viu além do me? Ela viu a verdade tudo nada eu?
Me recolho ao ninguém que almoçou ali e pauso meu existir. Encanto-me com meu tudo nada e me preencho de nenhum significado. Me alegro. Agora sou só alegria nos olhos vazios da menina que só vê alegria de nada.
Engraçado: alegria tem fome...
Criança tem uma sensibilidade, né?!?

Comentários

Bê Sant Anna disse…
Poxa, bacana isso, Ana!...
Obrigado por vir, volte sempre!

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