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Mostrando postagens de 2010

pra onde vou, não pega nem celular

O que escrevo aqui não tem necessariamente compromisso com a verdade. Muitos textos já existiam, outros tem a ver com o momento. O meu, de outros que me contam e que coloco ou como meus ou como de terceiros. Muita gente confunde isso e me cobra, sabe? Todo mundo tem passado, presente, futuro (em muitos casos) e tem sonhos e ideais. Ideais, que eu saiba, estão só na ideia... Vou dar um tempo na escrita. Vou tirar uns 10 dias e refazer um caminho interno. Quem quiser, deseje-me sorte. Estou bem acompanhado. Com meus ideais e com a verdade do meu coração.

Haikai do tesão desmedido (ou simplesmente, a saudade é dor pungente)

apele que toca a pele

quandando

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Quando pulou, já sabia que seria o vento. Quando caiu, não sabia que seria a cara. Quando amor, não esperava que fosse assim. Quando temor, pediu ajuda a quem podia. Quando sabor, estava com tudo ao mesmo tempo. Quando paixão, era mistura de medo e amor. Quando pavor, era a água que também transborda. Quando ando, lembrando do quando? Quando desejo, se lembra do beijo. Quando razão, só o que lhe faz sentido. e a neve que vejo derrete quando se a gente quiser.

a manhã

ela mexe comigo e na pele revela sentidos ela oculta no ventre semente somente pra mim ela sabe de mim dos meus sonhos e mergulha no encanto da espera ela surge ela urge ela turge ela manha só ela amanhã

tipo isso

Só, queria dizer que a falta que faz estraga o querer, convence o sono, despe o vestido alegria, encaixota o poema, engaiola o olhar, fatia o encanto, e derrama a expectativa na mesa posta dos desejos.

Não leia se for fresco.

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Minha amiga-irmã Silvia, esposa do Leo -essa gata da foto-, concorda comigo. Eu acho. A festa da associação dos produtores de áudio e vídeo , com a presença dos parceiros, a associação dos locutores profissionais que trabalham com publicidade, o Vozes de Minas , foi um sucesso. Primeiro, porque tivemos uma participação de uma galera muito bacana. Que rala, parceira, que mata um leão por dia e tem o humor e a alegria em primeiro lugar. Segundo, porque tivemos 2 shows muito legais. Trabalho artístico de primeira, sabe? Um, do Aggeo Simões. Como canta Sinatra! Como canta Jobim! Passarinho de gravata! O outro, coisa muito séria. Sobre quem eu realmente queria falar nesse post. É esse negão maravilhoso aqui de baixo. Esse cara canta PRA CARALHO. E seu swing é DE FUDER. Eu até pensei em algum adjetivo interessante pra falar de como esse cara canta, de como ele tem a música no espírito e na alma, ou melhor na soul dele... mas não rola. Simplesmente não rola. PLAY é DE FUDER mesmo. Ele já foi

desculpe o incômodo: estamos em obras para melhor servi-lo

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Quando à sua volta tudo está em reforma, vale a reflexão, vale o reflexo, vale a sua volta. Volto pra mim e me ponho em obras. Sei que há muito a dizer. Sei que há mais a fazer. Mas como diria minha mãe, " tudo tem sua hora, meu filho ...". Caminho com a certeza disso, sem deixar de olhar para o entulho, sem deixar de projetar esta reforma acabada... a paciência é virtude de quem sabe o que quer e sabe querer.

cimento, areia e água

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Começo tirando os azulejos. A parede nua mostra suas imperfeições. Descubro canos velhos, onde a água não pode correr como antes. Troco todos. Tiro o piso que piso. Não há motivo para medo, não vou ficar sem chão. Onde vou pisar, vai ser limpo, novo, bem feito. Nem a sujeira que hoje há nos sapatos pode me dizer do que vai ser, e de certo modo, nem do que foi. Vou rebocar. Pintar tudo. Não me interessa a poeira temporária. Ela turva minha mente, me confunde, peço pra ninguém estar por perto, pois não quero ver alguém em meio ao pó, imagem confusa, sujando a expectativa. Não sei se alguém me entende. Não sei se espera. O barulho me incomoda. É a comprovação que está sendo mexido, macerado, revolto, escarafunchado. Mas projeto meus sonhos por sobre a tela do que vejo. Não sei bem se a reforma que faço agora é na casa ou se novamente em mim.

ausência

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Trem estrada ausente. Trem estrada aos entes. Tenho estrada ausente. Tenho estado ausente.

nelsons e sonhos

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Nelson não via meu rosto, mas sabia que era eu. Nunca esteve no Caminho de Santiago, mas pelo que contei, sabia que era lá que me via, andando feliz, subindo e descendo morros, caminhando, seguindo, andando. Se seu sonho comigo tem algo a ver com nossa sintonia, não me surpreendo. Ontem, sentado sozinho na pizzaria do bairro, ouvi My Way em ritmo de choro. Uma clarineta, um violão, um pandeiro, um xique-xique e um cavaquinho. Choro pra lá, choro pra cá, e eles tocaram finalmente My Way . Frank Sinatra ficaria surpreso com a beleza do arr anjo , a verdade do arr anjo , a doçura do arr anjo , a bondade do arr anjo , o toque do arr anjo . Tantos anjos juntos, em My Way , só podem conduzir à emoção, à entrega, ao sonho. Mesmo que não seja meu, seja de meu amigo, quem se muito preocupa comigo. Depois de My Way , veio uma música de Jobim. Sinal para pedir a conta e ir caminhando pra casa, na noite sem estrelas, enquanto morria atrás de mim o choro da música de Jobim no solo de uma bela clari

impressão

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identidade. sou eu que na foto estou. só por maldade. passado que preso entôo. só de não ser. a foto que afirmo ser. busco entender. o bem sejo estado do eu. representeu. me sendo me concebendo. situo. em ti, tu, tudo estudo. percebo. o lânguido sôfrego apelo.

nada além da palavra

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Você me leva? Levo. E de repente, ouvi... você me l-eva? L-evo. Sim. A Mulher e o Eterno, lidos pelo L, como no hebraico antigo, sem vogais, como se a letra L sozinha pudesse me dizer o verbo "ler", só com sua primeira letra indicativa... Não vai ser fácil escrever esse post, como não vai ser fácil lê-lo, ou entendê-lo... EVA, presa em "leva" e EVO, preso em "levo" pedem po-ética-mente para sair. Querem se encontrar. Querem estáBêlêser-se. Todas as letras saltam agora, aos olhos, aos sentidos, às leituras, aos cantos, ao umbigo. Um telefonema, ela desligou. Ela des-ligou, por mais que houvesse algo, por mais que estivesse certo, por mais que estivesse espera. Há sinal de ocupada. Que linha é essa? Eu des isto, eu des aquilo enquanto con-ti-nu-o fazendo figa. O simbolismo parole embaralha o viver, enquanto a palavra encanto, me coloca atocaiado, em canto, no canto, lá. Vou voltar pra Holanda. Lá, onde há moça brinco de pérolas, leio o "anda" na pa

Sobre Poodles e a Legião Estrangeira

Estou mal de gripe. Febre desde segunda, comecei os antibióticos na terça, ontem tirei xerox do pulmão e da cara (face, você sabe...) e estou de molho no sítio dos meus pais pra ver se eu melhoro até amanhã. Suando igual tampa de marmita, fui obrigado a ficar vendo filmes e me entediando com o barulho da chuva. Num deles, fraco, produção francesa, uma cena chamou a atenção. O filme se chama O Último Vôo. Bom, se o nome for esse mesmo em francês, aí sim vou achar o filme uma porcaria. A tradução é O Último Vôo. Como estou com a capa da locadora, nem sei o nome real. uma mulher piloto vai tentar buscar seu amor perdido no deserto do saara. Ele também é piloto e desapareceu no deserto. (claro, o título aí já fode - desculpe, mas é verdade - o filme) ela encontra com um tenente puto com um capitão porque ele era amiguinho dos Tuaregues e o capitão que chega sem avisar começa a bancar de eu-sou-francês,-sou-eu-quem-manda-aqui,-cambada-de-macaco-que-anda-de-camelo a mulher pede ajuda ao ca

POW!

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Foi como um soco! O show do Paul McCartney foi tudo que sabemos que seria. Emocionante mesmo, uma porrada. O cara não mudou o mundo à toa. Deu pra chorar, pra rir, pra pular, pra dançar, pra viver a felicidade de estar ali, vivo, pra experimentar um Beatle ao vivo. Não tem muito o que dizer. Foi bom ter ouvido Blackbird tocada ali, assim, daquela maneira. Ah, sei lá. Sim, é lá onde sei que mora esse ídolo, esse mito, esse encanto que toca gerações, independente do chavão. Como diz meu amigo Ramiro Maia, " brigado cê-tê-vindo, Paul! "

Como disse bem minha amiga, "convive com isso um pouco..."

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Saí do Filme Tropa de Elite 2 chorando muito. Não estou nem aí pro que podem pensar disso. Chorei pelo Capitão Nascimento, chorei pelo nome do Capitão Nascimento, chorei pelo filho do Capitão Nascimento e pela vontade dele de fazer a coisa certa, fazendo a coisa errada. Afinal, Capitão, o que é certo e errado mesmo? Conheço algumas pessoas que acham que sabem o que é certo e o que é errado. Chorei por essas pessoas também. Chorei pelas 5 mães e 5 filhos, muito muito muito pequenos (acabaram de aprender a andar) que estavam na frente do Kinoplex Itaim, brincando junto à praça de alimentação. Chorei pela ingenuidade das mães e pela ignorância das crianças. Chorei pelo Bairro do Itaim Bibi e seu trânsito. Chorei pelo Staybridge Suites São Paulo e quem se hospeda lá. Chorei por quem não tem o nome na recepção do Staybridge Suites e quem nunca vai ter o nome na recepção. Saí andando chorando pelas ruas e decidi não passar na frente do ponto de ônibus, que estava lotado. Ninguém que vai pega

"Convive com isso um pouco..."

" porque você tem essa abundância de amar "... ela disse.

talvez esteja debaixo da bancada da cozinha

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O humor antecede o amor, disse Erica. Diz ela: saboreleio seu blog . Influenciada ou não, saboreleio é o máximo. Tenho saborelido algumas coisas, Erica. Com ou sem amor, com ou sem humor. Comecei finalmente a ler um livro que ganhei no natal passado: La Sombra del Viento. Esse eu tenho saborelido com aMOR. Com muito Amor. É que Barceloni me parece mais perto lendo o livro. Sim, resolvi mudar o nome de Barcelona. Eu posso, Barcelona é minha. A minha Barcelona é única, é toda, é tudo, é Barceloni. Da última vez que estive lá, passei em baixo do arco-íris (clique e veja que é verdade), dentro do avião, no meu pouso depois da grande tempestade. Um ano se passou. Eu voltava do Caminho de Santiago e havia chovido e lavado toda a sujeirinha que eu e Barcelona acumulamos ao longo de nossas muitas vidas. Eu, de coração novo, em festa, em ebulição, em dúvidas, em gritos. Nessa época, meu coração ia na frente, que já andava por si só, tal o com-passo revelado no Caminho. Nem dá pra dizer. Meu

sonhana

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Ana, seu sonho comigo re-vela. Estou com a camisa poída. Há buracos maiores e menores. Sim, estou suado e cansado. Mas insisto em colocar os pés na água, enquanto vejo a mar. Eu tenho visto muito a mar, Ana. Não sei exatamente a quanto tempo acompanha meu blog. Mas se já há muito, sabe que pra mim, é A mar. Acho mais justo. E ouso sonhar a mar, ouso olhar a mar, ouso querer a mar, e independo do suor, do que é preciso fazer aqui do outro lado do condomínio, da praia, do que é revelado a cada dia e exige a luta diária. Não estou preocupado com a limitação de quem olha e não vê a mar. O tempo dessas pessoas vai chegar, mais cedo ou mais tarde, nesta ou em outra vida. E amargas agruras de quem se arrepende por não ver ante(s) a mar. Continue sonhando, Ana. Continue sonhando Ana. Há na pessoa no encanto no canto na gente o de-feito de a-cre-ditar. Dorme bem. Bons sonhos.

Só resta saber se o carro está rápido

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Rilo Kiley me olha pelo retrovisor. Eu, ouço ainda Menina Veneno, enquanto penso no quanto era feliz e não sabia. A ingenuidade , a ignorância, a falta de informação têm seu viés de valor. Eu nem sei qual o seu nome, mas nem preciso chamar. Não sei porque a Menina Veneno tem um jeito sereno de ser. Oblíqua paixão, desespera a emoção. Minha prima leu pra mim hoje a etimologia de desejo e de emoção. No desejo, o Caminho de Santiago. Na emoção, você. Confusão de sentidos, movimento desordenado dos sentidos, dessentidos, talvez, quem sabe? Ainda ouço os passos na escada mas não vejo a porta abrir, por mais que eu espere. Ontem, sonhei que duas cobras enrolavam um pescoço. Tirei as duas do pescoço. Uma mordeu a outra. Será que o mundo é pequeno demais pra nós dois? Rilo Kiley diz e repete: give a little love. Vamos ouvir enquanto a Menina Veneno.

Peixe de natal

Ontem me emocionei a ouvir outra história de natal. Compartilhada assim, com todos que estavam ali, na aula de culinária, foi tempero para as emoções. O que chamou muita atenção foi a imagem do pai da Agnes , nossa professora, chef de cuisine, ganhar um peixe para a ceia de natal e ele ficar na banheira por alguns dias, esperando ser abatido. Antes, abatia os corações das crianças e adultos que ali moravam, e se comoviam quando chegava o dia de sacrificar o peixe para a ceia. Peixe de natal. Acho que faz mais sentido. Foi como quando vi a imagem de um São Francisco de Assis adornada com uma canoa, como se fosse o oratório e à sua volta, ao invés de passarinhos, peixes! Foi uma emoção absurda! Claro, trabalho do escultor Léo Santana . Quem poderia ter tido tanta sentibilidade? A emoção foi a mesma. O resto da história de natal não interessa a quem não participou do jantar de ontem, na aula. O que interessa a todos é: o que vamos fazer deste natal esse ano? Vamos chorar? Vamos brigar? Va

nOVO

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the first entertainment TV from within the cabinet of the world clique aqui e conheça o nOVO blog

haikai da planta baixa

o arquiteto dos sonhos mede em palavras o acaso da vida

SAMPA BH: amor a caminho

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Pingentes de luz sobre nossas cabeças. E uma seleção musical que passava por The Beatles, Led Zeppelin e tinha seu climax, como não podia deixar de ser, na performática, sedutora, transgressora, revolucionária Queen. Tá bom, usei muitos adjetivos. Mas como definir uma banda que tem Bohemian Rhapsody e que inspirou até os geniais The Muppets? (clique!) Só alguém com a sensibilidade do Arthur, o rei, digo, o noivo retratado acima poderia ter ousado sonhar e dividir seu sonho com seus convidados em seu muito cASAmento. Sim, eles voaram sobre nossas cabeças. Aline, vinda do interior, tentou a vida na capital e venceu. Conheceu pessoas, fez amizades, construiu relações, estabeleceu encontros verdadeiros e conheceu Arthur, um roqueiro que trabalha em banco - ou algo do gênero. ;) Sim, pelo telefone. Interessante como os meios de comunicação aproximam as pessoas quando seus corações estão abertos, não?!? Recentemente, tive dois exemplos. Um: fui absolutamente mal interpretado em um email. Po

Sobre tudo e sobre nós, homens e mulheres.

clique: Sobre tudo e sobre nós, homens e mulheres. De um fragmento do filme Na Natureza Selvagem que postei aqui e que não pode ser perdido: ...quero te dizer uma coisa pelo que entendi das coisas que me contou sobre sua família, sua mãe e seu pai; e sei que teve problemas com a igreja também: mas existe algo maior que todos podemos apreciar... e, me parece, você não se importa de chamar isso de Deus. Mas quando você perdôa... você ama. E quando ama... a luz de Deus brilha em você. ... Preciso dizer mais?

Quando a flor fala e diz

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Flor que primavera sempre, brota imaginada, imagem e nada, tudo possível, encantada, vem cá ver, pra acreditar... E a flor me disse, sobre esperar chegar: " O umbigo da alma bem na sua mão! " E eu disse pra flor: " Gosto de dizer você. Você faz bem em minha boca. " E ela: " Gostaria de ter sido dita assim, desde pequena, desde antes concebida... será que fui?!? Se não fui, agora vou dizendo, pra ver se eu me lembro, pra ver se a memória criada tem a mesma validade... Quando eu tiver sem água, me rego de você, palavrágua. Quando estiver linda, te enfeito, buquêu.. ." E toda terra página espera texto planta, semente do dentro da gente, que encantobrota, entoa, entorna, proliflora até tomar tudo com seu aroma, ar ame , ar amoroso , ar amado , ar loveyou . *imagem

PertenSente

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tempo tem pó tem tempo tem dó tem sentido sem ter tido ou ter sido escolha escolhido contratempo do tempo é mó mói moinho mói caminho mói o nó e só tempo tem pó mas tem tempo que renova de esperança e comprova infinitudionimante o Presente a Deus pertence * foto tirada por mim no meio do mato, onde parece não haver nada...

pequenas notáveis

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Bárbara é uma das minhas pequenas notáveis. Graças a ela, coloquei esse adesivo no meu celular. Adesivo de criança, de uma menininha branquela de tudo, com os cabelos pretos de tudo, com uma pinta que é tudo na bochecha segurando dois gatos. Um azul e o outro branco. Não há palavras que expliquem esse adesivo no celular desse marmanjo aqui. Não há palavras que expliquem muitas coisas. Por isso, se quiser só ver o que está na foto e não ler o texto, tudo bem. A interpretação é da pessoa mesmo... a gente só ouve o que quer ou o que consegue. Da mesma forma a gente só lê o que quer ou o que consegue. Ah... fica só com a imagem de um marmanjo segurando um celular com o adesivo de uma menininha segurando dois gatos. Quem sabe sua interpretação não é favorável, né?!? Em tempo: estou aguardando outra pequena notável que vai me adesivar dos pés à cabeça.

Versão apresentador:

clique: Bê Sant'Anna

Minas são muitas mesmo.

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Sobre os mineiros do Chile, pensei em postar um pensamento de Shakespeare, não sei se bem ou mal traduzido, já que não tive acesso ao original, que passou uma outra vez aqui: " Poderia viver recluso em uma casca de noz, e ainda assim, ser rei do espaço infinito ." - acho que foi bem isso mesmo. Não consigo me imaginar ficar 1 dia, ainda mais 69 dias debaixo da terra. Você já parou pra pensar nisso?!? A grandeza desses homens passa pela necessidade e pelo amor à vida, mas passa também por uma mineração interna. Só cavucando muito bem cavucado o espaço infinito que existe dentro de cada um deles que se consegue achar a força necessária pra resistir, bravamente, ao que cada um deve ter passado ali dentro, confinado em si mesmo. Eu, que busco garimpar aqui dentro oco, muitas vezes eco, me perco no vazio de mim em busca de outra saída. Às vezes basta sentar numa pedra, chorar um pouco, pedir a Deus e não ligar pros calos vítimas da terra. Picareta? Não, nem pá de areia de menino d

Cá.

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Ele não obteve resposta. Achou um cartão seu de natal e lembrou de tudo. Viu todo o carinho em suas palavras e pensou que só o amor é mais forte que a razão. Lembrou de quando tudo fez sentido, de suas palavras, do que queria dizer e escreveu em letras sofridas em sua caderneta de viagem. Pensou que as coincidências não existem e que nada faz mais sentido que o completamente sem sentido. Sabe que tudo muda, nada perdura, como diz Heráclito, e que o amor verdadeiro transforma, mas não morre. Entende que não há nada mais aconchegante que as noites juntos, já compassadas pelo costume. Pensa que as gargalhadas brincalhonas podem não morrer, e que os sorrisos tímidos têm verdades compartilhadas. Espera que o tempo passe e que não seja eterno enquanto dure, pois a chama interna não depende de oxigênio, só de dois corações que pulsam sangrando. O tempo é remédio das dores. Só espera quem sonha com o tesouro. Ele, Adam. Ela, Eva. Ele é terno. Ela, cá, minha.

Para minha Amiga Cris Vieira

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...daí, eu escrevi pra minha amiga: "Tudo vale a sorte, se a alma permite a morte. Quando não temos medo de perder, é muito fácil arriscar ganhar... mas só se descobre isso quando se entende que se morre um pouco a cada dia, que a morte é a comprovação da vida, seu sumo, depois de espremido..." Essa foto que adoro, é de Magdebourg , na Alemanha. De quando visitei minha amiga Cris. À época, eu estava treinando pra Maratona de Paris, coisa que fiz, que me deu prazer, que despertou meus sentidos pra novas descobertas e desafios. A Cris aprendeu, sabe. Apesar de eu não ter escrito isso acima pra ela, ela sabe que o que nos movimenta nos mata, um pouquinho a cada dia, e que isso que é bom; gastar um pouco a bateria da vida do que ficar sentado " no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes ...", já que assim, não se espera a morte, se espera a vida, que não chega nunca. Só correndo atrás da morte vivemos, só morrendo um pouquinho a cada dia vivemos,

madrugada

4:17h. Acordei 2h. Estou com insônia até de escrever: calor, frio, preguiça, medo, desânimo, saudade, pernilongo, sede, vontade de fazer xixi, vontade de dormir, vontade de sonhar, vontade de sonhar, vontade de dormir, vontade de sonhar, pensamentos repetitivos, sede, medo, frio, calor, saudade, pernisânimo, vontade de preguiça, vonmir de calixi, sotade de frido, sedade, predo, desôr, , , , , , , quando eu amanhecer como o dia, vou raiar o mundo todo.

adendo

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia." GS:V pg.290,291 ...é que eu não podia deixar de postar isso hoje... até porque, amanhã o dia vai clarear...

Soares de Moura

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Minha mãe escolheu que eu usasse o MOURA. Se ela tivesse escolhido seu outro sobrenome, eu seria homônimo do heterônimo de Fernando Pessoa. Essa é uma das coincidências que adoro em minha vida. "Sê todo em cada coisa". E, quem sabe, mesmo as coincidências lhe indicarão o caminho... Em tempo: a exposição de Pessoa no Museu da Língua Portuguesa está muito bem feita.

Elas sabem.

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do novo amor, do novo sentido novo explicado sem motivo. do novo gosto de gostar e aprender do sentimento de estar e se envolver. da música da gente, moleca, estridente da cor maturada no embornal juntos cavalgamos rumo ao pôr do sol e nos amanhecemos. vendaval. energia na crença mãos dadas na lama sonhando juntos elegantes quem nos chama? é a vida que vira mais uma esquina. a causa nobre que nos fez caminhar conduz não só o jeito de olhar e sentir. vale a aposta vale a proposta vale amar meus dois amores que chegaram há pouco. ouso interpretar e conduzo o gosto: estão dispostas? na agridoce existência de talentos envolventes as meninas comprovam brincantes sua verve sonhadora apaixonantementemuito. sou grato, meu Deus.

luz e sombra

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Lentamente, me dito. me estou. me situo. me vou. me sinto. me perdôo. me loucamente angustiado. As janelas da alma têm vidros antigos, que centenas de anos vividos, escorrerem um pouco, liquefazendo a paisagem de fora. Como tantas catedrais européias que visitei... Em todas, mistério, silêncio, orações, dúvidas e algumas lágrimas. Por um motivo ou por outro. Minha alma é uma catedral? Devo ver de dentro da alma? Devo dentro pra fora? Devo fora pra dentro? Devora? Deventre? As profundezas da alma têm um pouco de limo. Lá, onde a luz quase não alcança, escuro do ser, verdades ocultas. Hoje acordei lanterna. E quero ir dormir farol.

macacos na janela

Acordei sentidos. Coloquei uma música que me fez chorar por dentro. De bem, de bom, de belo. Flores que brotam de fora pra dentro. São muitas, muitas mesmo. Passo a mão em todas elas e as sinto balançar, exalando verde, a pureza do toque. Quero um abraço profundo de mim. Quero mais que entendimento, quero compreensão. Quero o mar da esperança que navega macio sem cobrança, dança, me faz delirar: amena presença no mundo. Quero deslocar. Aos poucos, de leve, com os olhos no novo, com os olhos em quem me vê e caminha comigo. Os macacos pulam de uma árvore pra outra sem fazer barulho no nascer do sol no sítio dos meus pais. Os vejo da janela do banheiro enquanto tomo um banho quente. A fumaça sobe e turva o vidro que me quase deixa ver o sol por entre as árvores e os macacos que me vêem desconfiados. Só o barulho da água caindo no box. E das flores se ajeitando dentro de mim, voltando para seus lugares. O café me espera. A mandioca, o pão, minha toalha. Fecho os olhos e tomo um pouco mais

Vivo?

Conceitos que regem o mundo. Idéias que marcam. Marcas. Por que precisamos tanto de idéias, conceitos, enunciados, ordens? "Fidelidade". "Conexão como nenhuma outra". "Presença". "Feito para você". Será que está todo mundo nessa carência existencial toda? Será que não vamos entender definitivamente a palavra solidão de outra forma? Sólido. Muito sólido. Solidão. Sozinhos estamos, sozinhos somos, sozinhamos sempre, iludidos. A experiência do encontro pode ser experimenciada viventidamente na senticitude do limite entre o ser e o estar. Na comunhão com o outro. Mas só. (nos dois sentidos - no sentido de "apenas" e no sentido do "sozinhamente alone") Vamos parar com essa coisa besta de aguardarmos os ditames da moda, do mudo, do capitalismindividualistedonistegoístico, se é que você me entende. É só saber que nossa construção, sólida e somente e solamente, se dá primeiro no encontro com o eu. Se for difícil, olha no espelho. Dura

Harley Davidson Sportster Iron

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O sonho pede passagem. A escolha pede, acolhida. O manto do dever ser pede licença. E me abraça, irresponsável. Sim, quero ser, me mostrar sendo, escolhendo, aprendendo a ousar os 50% de chances de erros e acertos de cada diaescolha. Só isso, bestagem. Só vontadezinha boba de querer e topar ser livre um pouquinho pra decidir o que se quer, assim assim. Só poder sentir um pouco mais o vento e sabê-lo Deus, manifestação nas coisas todas. O momento não pede? Nunca é tarde pra se fazer o que se quer de verdade... nem o que precisa ser feito. Acreditar nisso é o primeiro passo pra incorporar definitivamente a atitude. Afinal, eu sei onde está meu passaporte, como disse num post um pouco abaixo deste...

Pensamento que move (se realmente quisermos)

Para algumas pessoas queridas que estão precisando. Inclusive eu. " Quem só conhece seu lado do caso pouco sabe dele ." John Stuart Mill

Talvez haja

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Talvez não haja o que ler. Talvez haja. Sonhei esta noite, durante muito tempo. Depois de 6 semanas sem final de semana, consegui dormir 3 horas na parte da tarde, o que me fez ir dormir mais descansado ontem. Engraçado, parece que quando estamos muito cansados, dependendo do tipo de cansaço, temos um sono intranquilo, o que nos faz ficar mais cansados ainda. Bom, pelo menos é a minha impressão. Sonhei. Muito.  Em minha viagem, no sonho, eu havia perdido o meu passaporte. Eu tinha dois documentos que provavam, comprovavam quem eu era, mas a minha sensação de ter perdido a minha identidade me tomava de assalto.  Curiosamente, eu sabia onde estava o meu passaporte. Meu passaporte, minha identidade, estavam no fundo da mochila que me acompanhou no Caminho de Santiago. Talvez haja uma interpretação óbvia para este sonho.

Quando ouvir faz toda a diferença.

Dis Quand Reviendras-Tu ? Voilà combien de jours, voilà combien de nuits, Voilà combien de temps que tu es reparti Tu m'as dit: "Cette fois, c'est le dernier voyage" Pour nos cœurs déchirés, c'est le dernier naufrage Tu m'as dit : Au printemps, je serai de retour Le printemps, c'est joli pour se parler d'amour Nous irons voir ensemble les jardins refleuris Et déambulerons dans les rues de Paris!" Dis, quand reviendras-tu? Dis, au moins le sais-tu Que tout le temps qui passe Ne se rattrape guère... Que tout le temps perdu Ne se rattrape plus! Le printemps s'est enfui depuis longtemps déjà Craquent les feuilles mortes, brûlent les feux de bois À voir Paris si beau en cette fin d'automne Soudain je m'alanguis, je rêve, je frissonne Je tangue, je chavire, et comme la rengaine Je vais, je viens, je vire, je tourne, je me traîne Ton image me hante, je te parle tout bas Et j'ai le mal d'amour, et j'ai le mal de toi REF

Pingando

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Parte de mim se parte no canto do meu existir. Dói se tranformo em arte a dor que só faz consumir. O verbo, no infinitivo, medita passado, medida presente. Futuro, que incerta escolha, turva o olhar sempre atento. Lá, lamento do estar. Aqui, minha palavra se muda. Ouço o som da construção e luta meu bom coração. Estou tranquilo e só. Gestando, sonhando, Mar Morto . O vento espera de sacudir as velas. Mas sei que está. Quem vai me trazer toalha?

res posta

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- Bê, qual foi a última vez que você chorou? me perguntou Brenda, na frente da outra apresentadora da campanha e da maquiadora. Parei de escrever por um momento e me perguntei sua pergunta. Eu sei a resposta. Mariana, a outra apresentadora, fez algum comentário que não ouvi, Zizi, a maquiadora, replicou outra coisa que também não dei atenção, Brenda emendou algo que também não foi registrado. Eu sei a resposta. - Já sei! (ela disse pra todo mundo) Semana passada o Bê chorou comigo aqui no corredor, falando sobre o Caminho de Santiago ... Eu sei a resposta. Ontem, chegando em casa, minha amiga me chamou no skype, ela estava com um choro preso no travesseiro e resolveu deixar o travesseiro resolver o assunto, ele mesmo. Eu sei como é isso, travesseiro. É difícil explicar o amor, coisa sem explicação. É difícil entender o tempo, rival do amor, medida do pulo da ponte, charada zen-budista. Mas eu sei a resposta. Tirei os olhos da Brenda e voltei os olhos pro teclado do meu computador. M

Saudades de Paul

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Minha caixa de mensagens não tem nada de importante, só lixo digital, comercial sem necessidade, convites para participar daquilo que não preciso. Pensei duas vezes antes de postar essa foto. Porque não conheço essa menina, não sei seu nome, o nome de sua mãe, não tenho autorização para publicar ... Enquanto a disseminação, propagação, democratização dos multimeios digitais se molda, enquanto todos viramos produtores de conteúdo (seja lá que conteúdo for), caminha em paralelo a perda da ingenuidade, a relativização de uma suposta humanização da comunicação - ou algo do gênero, não sei definir (nominar) ao certo. Será certo não poder postar uma cena sem autorização, se ela traz uma menina linda, ruiva, tomando um sorvete, simplesmente, ao lado de uma fonte na Holanda, em uma cidade cujo nome não me lembro mais, mas que retrata a poesia do encontro, a ingenuidade do sabor de estar vivo, a necessidade de nos compreender ao mesmo tempo presos no passado e participantes do futuro, passageir

a única foto que tenho dela

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Olho que vê. Dente que dói. " Quando o cabra tá com dor de dente, ele fica macambujo mesmo, não importa o tamanho do homem.. ." - disse o Dr.  Ele sabe, tem uns quarenta anos que mexe com isso de dente. É uma anestesia, esse existir de dor. Olho por olho, se a gente deixar.  Escrevi o verbo deixar agora e me lembrei: tinha uma menina que eu amava, que vestia uma blusa que se parecia com uma mesa de cantina italiana (não, ela nunca leu esse blog). Ela adorava uma cena de um filme que a menininha virava e dizia: - deixa!, deixa! Ela achava isso o supra-sumo da doçura, da graça infantil. Essa, que eu conheci, sempre foi diferente das outras. Interessante como as pessoas são sempre diferentes umas das outras. Umas das ostras. Humos das outras. Enfim... são apenas divagações sem sentido, do olho que se deixa levar pela dor de dente que mora no peito, defeito, ar rarefeito de rara feição. Ainda quero encontrar com ela, sabe? Não, não estou falando da vestida de mesa da cantina que

lança

Sa Ta Na Ma. Mantra que, manto, Manjit me ensinou pra me cobrir no Caminho de Santiago. Ele, mestre de Yoga. In-cor-porei, de cor, nos poros, em cada grão da minha peleareia, macerada pelas pegadas, pelo Camino. Santo. Sa-ta-na-ma... Quão estupefato fiquei, ao descobrir o significado: Infinito... Vida... Morte... Renascimento... Muito próprio aos encontros e desencontros de infinita vida, morte e renascimento do Peregrino. Digo mais dentramente, flormente, árduamente, rioverdadeiramente sobre isso no meu próximo livro. Ele está 88% acabado. Quando vou acabar? Quem disse que ele acaba? Se ele acabasse, não seria um livro sobre o Camino. Só ainda não sei quando vou lançar... Obs.: acho que podemos combinar o seguinte... desconto de 50% no lançamento para Peregrinos e seguidores do Blog. Que tal?

você mesmo

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manto de amor. são onze horas da manhã. onze horas, onze oras. ouço os passarinhos todos do mundo, cantando, tantando. voam em mim, gaiola aberta de sonhos. lá, resolvi fazer meu ninho. meu tiquinho. o sol brilha folhas verdes e ela desdá a mão do namorado. - nem quero mostrar pra ele que é meu namorado. vôo pro Rio, vôo prum fio. ouço a perereca que chia na caixa d'água. tempo. o vento balança o ser. os passarinhos brigam na vasilhinha de alpiste. e meu peito seca que o sol bate, evapora a poça d'amor.

esperome

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flores que vejo. jardim de minh'alma. na esperança, a dansa com s que Gimarães Rosa cultivava. é espelho, é lago, narciso que bate à porta. abraço no frio, em pé na calçada, pé lá, pé cá.  sentimentos confusos que chacoalham o ser muito humano. cisão, corte. no espelho do seu olho me vejo, sou eu, sou desejo, sou rasgo na roupa tirada na pressa de se entregar. casulo de mim, aguardo. e tardo na espera do seu caminhar.

sobre rádio, desejo, medo ou paixão

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Falta o Chico nessa foto. Amigo Chico Castilho, pai da linda terapeuta ocupacional que salvou meu ombro. Na foto, Serginho, Murilo Antunes, Brenda Ligia e euzinho. Gostoso trabalhar com gente competente e atenciosa, com quem se pode confiar. Imagino que seja como o artilheiro que recebe a bola redonda na entrada da área sem marcação. Com essa equipe de rádio tem sido assim: campo bom, grama boa, bola nova. Brenda que me passa redondo, Brenda que espera livre na área. Os técnicos, experientes, cantam a melhor jogada. Os jogadores fazem sua tarefa conforme a direção: é gol.  Tenho um tesão todo especial por áudio. Trabalho com isso há 19 anos e aprendo sempre. Eu costumava dizer aos meus alunos: pra escolher nosso trabalho, vale pensar se faríamos aquilo mesmo de graça. Daí, se faz com amor. Se faz com tesão. E tudo que a paixão leva, leva bem, na batida do peito da gente, independente do medo que se tem de tentar. Outro dia, li num livro do Flávio Gikovate que paixão=amor+medo. Concorde