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Mostrando postagens de junho, 2009

Presentencontro

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Pode ser que eu corra, pode ser que eu ande. Somos assim, movidos por pequenas coisas, movidos por grandes coisas. Sentimentos simples, complexos, sentidos, direções que nos tomam por completo e definem estados de espírito,  caminhadas, rumos, caminhos.  Ganhei um ipod novo. Me dei de aniversário. 16 giga. Seja lá o que isso signifique. Estou em Brasília, na capital do horizonte. Onde se vê o horizonte amplo. O significado do horizonte aqui na capital do nosso país é uma coisa que me bate fundo. Mesmo. Tenho a impressão que respiro melhor daqui. Não fico sufocado pelas montanhas de Minas. Aqui recebo as influências da minha primeira infância, quando eu era o Batman , no carnaval de 76 ou 77, e o meu futuro melhor-amigo era o Super-homem . Foi quando começou uma amizade sem fim. Minha ex-mulher não entendia bem como a gente podia ficar às vezes quase um ano sem se ver e quando, ao encontrar, ficávamos em silêncio, um ao lado do outro e só. Sem necessariamente ter que trocar informações

Peter Panis et Circensis

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Michael Jackson é um Ulisses que não retornou da Odisséia.

Cicieira

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ciciei ra fadado vento  passa ventando buscatravessaenvou vendotempo toma os sentidos  e fica sem graça souslow motion na sua presença imagem em http://cache.gawker.com/assets/images/jalopnik/2009/05/Slow-Motion-Car-Crash.jpg

O velho e o novo

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Samarone, aluno do sexto período de Publicidade e Propaganda, começou o email dele para mim da seguinte forma: "Velho professor, muito boa a aula de ontem." Fico feliz, novo aluno. Não por ter dito que a aula foi boa. Fico feliz por ter me chamado de velho professor. De baixo, ou do alto, dos meus 36 anos de idade, idade que completo dia primeiro de julho deste ano mesmo de 2009, me esqueço que sou velho e me esqueço que sou novo. Me lembro de lembrar a cada instante, quando olho no espelho (e olha que eu pouco olho no espelho) que " O  tempo está na ponta do punhal " como diria o artesão da palavramúsica Celso Adolfo e que não há tempo a perder... Aliás essa foi a maior lição que tive do meu avô Hélio, pai da minha mãe, que me disse isso da forma mais contundente que pôde, morrendo, sem deixar que eu lhe desse o último abraço de despedida, o último carinho antes da partida, a confissão do eu te amo vovô, do alto, ou de baixo, dos meus onze anos de idade... Samarone

Coelho

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o coração da gente é uma cenoura amarrada na linha duma vara de pescar imagem em http://www.bragancanet.pt/patrimonio/images/coelho.jpg

Na pracinha, o sol.

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Ontem vi o Marcio com o nenenzinho no colo. Hoje eu vi o Marcio com o nenenzinho no colo. Seus cabelos estão mais grisalhos, seu bigode mais branco.  É o Marcio, era ele com um nenenzinho no colo. Ele pegou o neném, como quem pega o nenenzinho no colo, e fez aviãozinho com ele. Era ele, ele com um nenenzinho no colo. Tá magro, a idade lhe pesa no tanto certo. Nem muito, nem pouco, pra quem pega uma criança pra brincar de ser avô. Sua filha é mãe. Morena, pele jambo, nem o fato de ter engordado um pouco a faz menos bonita, menos olhos grandes, menos olhos negros e reluzentes. Seu cabelo, desgrenhado-ser-mãe, tá bonito, cacheado, meio curto, meio longo, e acompanha o movimento do Marcio com o nenenzinho no colo. A narina direita do lindo neném tá com uma casquinha de dodói. É que ele já tá descobrindo a vida, a vida dá dodói pra gente. A vida dá dodói na gente. Ainda bem que ela dá Marcio, pra pegar a gente no colo, independente do dodói, da vida, da escova de cabelo, da idade, do ontem,

Até que enfim.

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Oi. Bom, eu não esperava que você fosse entrar no blog agora. Quê que você tá fazendo? Hum... Legal. Quê?  Não, na verdade esse é um texto simulando uma conversa minha com você aqui no blog. Mas ele pode não funcionar, porque se você não tiver entrado, não dá certo a simulação... Enfim... Bom, deixa eu aproveitar que você entrou pra perguntar: por quê você entrou no blog? Foi porque tava com saudades de mim, porque tava com um certo interesse no que tá sendo escrito, porque a curiosidade é maior que você, porque você no fundo sabe que a distância é uma coisa complexa de resolver?... eu não tô ouvindo a resposta, pode usar da sinceridade e da verdade absoluta. Ou tem alguém aí do lado? ... Responde pra você, então. Dentro da sua cabeça. Eu ouvi a resposta. EU OUVI A RESPOSTA. Você não pode saber, isso faz parte de uma coisa que não passa pela lógica, pelo compreensível, pelo racional... eu tô falando que ouvi e nunca ninguém vai provar que não... Olha, deixa eu dizer mais uma coisa: se

À procura da pipa

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São 22:44h. Na casa, o silêncio da noite. As pálpebras pesam por ter acordado novamente as 4:50h. Que respostas busco? Me lembro do Márcio, amigo antigo que citava o padre Celso de Carvalho: "... Estão procurando o que não esconderam ...".  Sim, estou procurando o que não escondi. E encontro o que não procuro. Perdôo a mim mesmo pelos encontros. Confesso a mim mesmo sobre as procuras. Rico que sou, empobreço na escolha de " deixar viver, deixar passar... ", pra quem souber o que estou citando, sem usar o francês que estudo...  As flores do campo dos sonhos encontram as ervas daninhas do campo do racional. A emoção se confunde com o logos, azeite e água em tentativa de emulsão. Turvam-se os sentidos. Às vezes, esqueço de respirar.  E o desejo simples de casa, saúde, trabalho, amor, alegria e prosperidade, se turva como vidro engordurado, embassando a paisagem, escondendo o caminho. Talvez os olhos fechados façam ver naus, embarcações que chegam e que são portas de sa

Quer correr 5 km comigo?

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Droga. Que merda. Essa porcaria tinha que estragar justamente agora? Bom, vou ter que correr sem música. Acho que vou cantando mesmo...  se os frutos produzidos pela terra/ ainda não são tão doces e polpudos como as pêras/ da tua ilusão/ amarra o teu arado a uma estrela/ e os tempos darão/ safras e safras de sonhos/ quilos e quilos de amor/ noutros planetas risonhos/ outras espécies de dor/ uôuô uô uôuô ô... saco. Hoje não tô a fim de cantar. Nuh, que vento. Ué, quem que é essa menina? Bom, 140, acho que vou manter os 140 mesmo, ontem eu corri 12 km, vou ficar no 140 e correr 10 mesmo. Êba, a curvinha do sol. Putz, todo passeio de Belo Horizonte deveria ser igual ao dessa esquininha da rua Prof. Raimundo Cândido com João Antônio Azeredo. Adoro esse pedaço de rua. Adoro a cara dessa casa. O dono deve ser gente boa. Ôpa, campo minado. Hum... essa época do ano o sol não bate essa hora nessa subida da Zuzu Angel. Deixa eu dar um gás pra ver se animo. Ué, que horas será a missa hoje?, o po

Quetoquemtodasasmúsicasdeamordeumasóvez

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Preciso escrever é algo é o dia de hoje devo saber coisa alguma sobre como abrir a porta do carro escrevo comentários a partir de rosas vermelhas colombianas ouso digitar sugerir à amada em meu coração e usa capuz vermelho porque quero explicitar pregar etiquetas selos e preços das coisas todas nos armários da cozinha na parede em qualquer lugar resolvo mentir encontrar as letras certas para as palavras erradas ficar de cara para o espelho que mostra meu peito batendo mais forte no encontro e ela sabe e ainda assim fugir porque me mandaram fugir já que ela não me quer mais por perto por longe por certo reclamo que não há saída se não há entrada sei que é só você e só você que faz com que eu entre em pânico e seja ciumento com medo de perder o que já perdi e sei que a batalha já está declarada quando se tem medo da luta e o sorriso e o jeito de me olhar e as dúvidas e os cabelos do braço e o som de você respirando deitada e dormindo e a descoberta de que tudo o que eu queria era ficar d

LanTERNA.

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Não é obrigado. É só se quiser. Ela quer . E está comigo sem motivo, de longe , de perto , de sonho , de certo . Encontra motivo em si, resolve o motivo em mim, e faz sonhar... Coloca a cabeça no colo, dorme. Coloca a cabeça no colo, acorda. Esconde a desculpa e atravessa sem culpa o medo, o frio, o escuro. Noturnos de nós, que escutamos a noite, escuros de nós, que clareamos os sentidos. Avessos de nós, que escutamos os defeitos, sem jeito, e estamos , somos , atravessamos ... Fada madrinha do encanto de mim, me anuncia! Carta esperada da notícia sem fim, me alivia! Aparece, espelho da noite, e me toma no sono, me convida a bailar... me com vida ... E escuta, e antecipa!  Rompe corda, salta verbo, cresce certo e resolve.  Maravilhosamente clara. Eu sei . foto Daniel Mansur  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifWxzCHaH2Cev_BafD_7o0QEGj1VsKmh5uPM6BZ2tkdSqSqKYRcSnzy4hFMvUvR1GkPEf0gmtn5BU9uLB89PLk_nSKjngzeEx5smA9_7RKcqHMLzdbaysxdl6wpB4X3_4q-_qEpyRXF64/s400/DSC_344

Calo.

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Silêncio.  Oh, único modo de ouvir. Silêncio, o modo único de sorver. Silêncio: sorvete da alma que derrete. Só resta o nó que nos aquece, só fala o hiato em dó, menor... - Silêncio, estou tentando pensar. - Silêncio, estou tentando escutar. - Silêncio, está difícil de ouvir. Me escuta, eu já não sou mais palavras. Me ouve, eu não sou só mais discurso. Me grita, silêncio de mim, me cala. Me calo, e dói quando calo. Eu falo: silencio em mim quando falo. Se lê no som do vazio o oco de mim que anuncio.  Sim, silencie.  E escute, enfim, o que quero tanto dizer. Silencie. E escute o que quero tanto, tanto, tanto. Diz ser...

Continue escrevendo.

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A vida é como uma cartinha para o papai-noel. Não serve pra nada. Mas é só escrevendo que ela existe...

Sobre o silêncio constrangedor.

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Branca, do blog http://scriptmanent.blogspot.com/ me desafiou com um tema instigante: escrever um texto pro blog em prosa sobre isso. O que ela chama de "silêncio constrangedor". Eu disse, tudo bem. Mas você vai ter que escrever um poema então sobre o mesmo assunto. Foi quase um desafio de buteco. Se fosse, eu e Branca estaríamos tomando uma bela de uma cerveja com um torresmo de barriga. Apesar desse desafio não ter sido num buteco, acho que eu soube no ato do que ela falava... aí vamos. É como uma pausa na vida. Um caso a se pensar. Um enigma, uma crença, um sopro .  Lulu Santos ontem pegou carona comigo, descendo a avenida Nossa Senhora do Carmo. Ele me disse: "-... o poeta é a pimenta do planeta ... ". ... Está vendo os três pontinhos acima? Esse é o silêncio constrangedor. Foi o que eu disse ao Lulu quando ele mandou essa.  Sabe, acho que  o silêncio é um discurso . Um dos meus mestres zen favoritos, Guimarães Rosa, já postulou: " você sabe o que o silênc

À mesa com Mme Lullu.

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Mme Lullu, tire os óculos. Eles não mais te servem. Acredite, você enxerga melhor sem eles. Veja bem, veja de novo, o espelho não mais serve de parâmetro.  Lave as mãos, descanse os braços. Por mais esticados que estejam, eles não alcançam a terra natal. Bata as asas, dê aquele passo, feche os olhos, inspire e expire fundo, forte, grite. Qualquer coisa, mas olhe à sua volta. Tantos castelos, tantas plantações, tantas colheitas, tantas videiras, tantos sorrisos amigos. Tantas são as uvas da sua fantasia... Mas o vinho está ali, servido. O queijo, a crepe, o dendê. O churrasco, o chimarrão, a moqueca, o frango com quiabo e até... sei lá, ... paella??? A mesa farta tem seus desafios.  A escolha e a renúncia, Mme Lullu: - banquete. Banque-te.