Me desculpe


Pra dizer a verdade, devo pedir desculpas.
Nem sempre conseguimos dar prosseguimento aos nossos sonhos, por mais que eles pareçam possíveis, realizáveis, realizados, sei lá.
Comigo aconteceu isso.

Acordei hoje novamente com uma dor insuportável.

Uma dor na coluna excomunal, não consegui me levantar naturalmente, sem a ajuda das minhas mãos segurando minha cabeça, meu pescoço, enfim.
Antes de ontem e ontem senti a mesmíssima dor. E "inexplicavelmente" ela passou quando des-cobri que estou tomando um passo errado em minha vida: estou esperando.
O quê? - essa é uma boa pergunta.

Filosoficamente, talvez não haja nada a esperar.

Quando pensei nisso, e nas consequências práticas dessa reflexão, a dor do meu pescoço, da minha coluna, simplesmente se foi. Mas voltou hoje de manhã, de modo assustador.
Porque não adiantou a reflexão. 
Ela, sem ação, não é nada. É um poema guardado na gaveta. 
Ele só existe quando lido. E por outro.

Fui até a sala, onde tenho um tapete de bamboo e umas almofadas confortáveis de folha de bananeira para meditar e me deitei em uma postura ensinada por minha Osteopata.
E, quando virei de lado, tentando me alongar, descobri na estante - que nem é tão grande assim - um livro justamente na parte de filosofia, onde mais fuço - adoro esta palavra misturada com filosofia - , que eu não conhecia... (o curioso é que só pode ter sido eu quem o colocou ali...)
"Pequenos Milagres 2"
Sei, o título é péssimo, em termos de credibilidade... Você vai pensar: "ah, pára, nem vem com essa auto-ajuda..."

Sim, você está com toda a razão. Só que "inexplicavel-mente", "nova-mente", eu des-cobri, eu re-velei a reflexão que tive sobre estar esperando...
Eu achei o livro, li um pequeno trecho, me lembrei da reflexão que tive e a dor quase que se foi completamente.

Devo pedir desculpas.
Eu sei que o blog tem sido uma espécie de extensão do lançamento do meu livroCD 8, de agosto do ano passado. Mas ainda é pouco. Muito pouco. Preciso encará-lo com mais força. Preciso empurrar, sacudir, gritar, espernear esse livroCD enquanto eu tiver forças.
Eu devo isso às pessoas que estiveram no lançamento, às que compraram, às várias e várias que me mandaram emails agradecendo pelo que leram. Eu devo isso às pessoas que podem ser tocadas por ele, pelo livroCD, pelas músicas, pelos textos, pelo sentimento contido ali esperando alguém que solte as correntes, abra a gaiola, empurre da ponte...

Devo pedir desculpas.
Os pequenos milagres que vi acontecendo para que este livroCD fosse lançado são a prova maior de que tenho um compromisso de vida com ele e com seu movimento - aliás, o assunto do livro...
Eu demoro. Mas aprendo e apreendo.

Comentários

Renata Feldman disse…
Bê,
Vê se fica bom logo! Se precisar de uma ótima dica de massagista antroposofista, acupunturista e tudo de bom, te dou o telefone da Junia.
E nada de pedir desculpas, não se cobre tanto...
Você é bacana demais em tudo o que faz!
Abraços, e melhoras!
Bê Sant Anna disse…
"Quem tem amigo, tem tudo." - essa é velha, mas é boa. E esse é um dos casos em que "a ordem dos fatores altera o produto"...
Flávia Rennó disse…
amigaço, não espere. faça acontecer e você sabe que pode fazer isso. beijos.
Aí está o grande segredo da vida, velho professor. E o mais massa de tudo é que, se você parar de pensar no que te incomoda, encontrará a razão e o sentido como um flash.

Abraço camarada.
Bê Sant Anna disse…
Gostei do "velho professor".
Ousado, audaz.
Mais 5 pontos de conceito. ;)
Dan Zecchinelli disse…
Quem só espera nunca alcança? ;-)
Bê Sant Anna disse…
Não, amigo Dan... creio que não...
Unknown disse…
Você não deve qualquer
coisa (para evitar dupla negação).
Você pode um monte de coisa. Até pedir desculpas. E os créditos? Houve quem se deleitasse com palavras, ilustrações e sons do 8. Chumbo trocado não doi. Em outras palavras:
o que é combinado não é caro. 8 aconteceu com diálogo? Se sim, está perdoado.
Nosquepensa
Unknown disse…
Não fui eu... Juro! Alguem usou o meu e-mail.
Beijos truncados
Gui
Mateus Martins disse…
E até hoje eu tô querendo um desses...
Bê Sant Anna disse…
ô amigão, demorou. Levo segunda. Me procure na sala dos professores, oK?

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