QUINZE


Este texto é de junho de 2001. 
Na verdade, ele surgiu como uma letra de música, mas não tem música ainda. A música, como muitas que ainda estão em algum lugar entre o significante e o significado, ainda não se materializou. Tenho muitas letras assim. Sinto suas músicas pulsando internamente em suas letras, mas nem eu e nem ninguém ainda abriu a porta do sonho pra que elas desembarquem em nossas vidas e nossos ouvidos. Quem quiser que ouça a sua música dentro desta letra... até que eu ache o parceiro ideal pra ela:


quinze vezes
esperei quinze dias.
em quinze anos passados
passam muitas luas cheias.
cheia, branca é iluminada.
no mar, indica a estrada
e traça com linha perfeita
limita o que desconheço.
céu nos envolve
terra sobre os meus pés
(mundo pra ser preciso)
e medo, o desconhecido.
estudo uma fórmula grande
que decifra grande parte
do que procuro saber.
e sem ter nada a temer
morro de medo da vida.
pessoas que me circundam
representam sempre algo.
são dôces, amargas, sem gosto.
são, simplesmente
e passam.
às vezes dói quando passam.
nunca fui bom em matemática.

Comentários

Rachel Murta disse…
Também morro de medo da vida (porque existir é difícil pra caramba!). Não escrevo poesia, não faço música, mas penso bastante. Acho que é pra decifrar o medo.

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